No Dia dos Pais, a Temperatura Máxima, da RBS TV, dá protagonismo a um papai diferentão: Gru, o astro de Meu Malvado Favorito 3. Lançado em 2017, trata-se do mais recente capítulo da franquia de animação com o melhor desempenho nas bilheterias.
Isso mesmo: o filme que será exibido a partir das 12h45min deste domingo (8) rendeu mais do que produções da Disney e da Pixar, empresas que são sinônimo de desenho animado — e que volta e meia conquistam o Oscar da categoria (honra da qual apenas Meu Malvado Favorito 2, de 2013, chegou perto). Xodós do estúdio Illumination e da companhia Universal, o personagem Gru, suas adoráveis filhas adotivas e os ora engraçados, ora enervantes minions também desbancaram o ogro Shrek, da DreamWorks, que ocupava o primeiro posto com seus quatro longas-metragens mais o derivado Gato de Botas.
Iniciada em 2010, a franquia Meu Malvado Favorito (Despicable Me, em inglês) já arrecadou US$ 3,7 bilhões com seus quatro títulos — um quinto, Minions 2: A Origem de Gru, está previsto para julho de 2021. O mais bem-sucedido comercialmente foi Minions (2015), com US$ 1,1 bilhão, seguido de Meu Malvado Favorito 3, com US$ 1 bilhão. Shrek (2004-2011) fez US$ 3,5 bilhões, os cinco A Era do Gelo (2012-2016) somaram US$ 3,2 bilhões, e os quatro Toy Story (1995-2019), US$ 3 bilhões. Se houver um Frozen 3, as princesas Elsa e Anna podem assumir o trono, pois seus dois filmes (2013 e 2019) faturaram US$ 2,7 bilhões.
O sucesso de Meu Malvado Favorito é fácil de explicar — no Brasil, começa pelo nome, que pegou de primeira, assim como os robôs amarelos minions foram adotados em memes e em neologismos. Na versão original, contou pontos o elenco de vozes com comediantes de peso, como Steve Carell, Jason Segel, Russell Brand, Will Arnett e Kristen Wiig — no nosso país, os principais dubladores são os populares Leandro Hassum e Maria Clara Gueiros. Gru, o protagonista, surgiu como um vilão que queria o que todos queremos, ser motivo de orgulho para a mãe, e aos poucos foi se transformando em um paizão. O ritmo da comédia, entre o pastelão e o sentimentalismo, ornada por pérolas da música pop (como Happy, de Pharrell Williams, do segundo filme, indicada ao Oscar), agrada crianças e adultos — estes últimos também podem se divertir com um punhado de referências.
Aliás, é principalmente para nós, os grandinhos, que acena o bandido de Meu Malvado Favorito 3. Dirigido por Pierre Coffin e Kyle Balda e codirigido por Eric Guillon, o desenho animado nos apresenta a Bathazar Bratt, um megaladrão sem noção vidrado nos anos 1980 — daí que achei genial escolherem Evandro Mesquita, o vocalista da banda Blitz, para dublá-lo no Brasil.
Balthazar é um ex-astro mirim já adulto obcecado com o personagem que interpretava na TV na década de 1980. Tem o cabelo cortado em mullet, usa um bigodão e veste um terno roxo com ombreiras enormes. O suposto gênio do mal rouba um gigantesco diamante — citação do ao filme A Pantera Cor-de-Rosa (1963).
Demitidos da Liga Antivilões por não conseguirem prender esse infame, Gru e Lucy são convidados a visitar Dru, irmão gêmeo que o malvado reformado desconhecia e que mora em um país mediterrâneo em uma baita mansão. A ironia é que, apesar de ser um rico empresário do setor suíno, Dru sonha mesmo é em seguir a tradição familiar e entrar na vilania.
Enquanto isso, agora acenando especialmente para o público infantil, a pequena Agnes procura um unicórnio, e os insanos Minions cometem suas diabruras. A certa altura, pais e filhos devem se flagrar rindo juntos, ou "pior": imitando juntos as dancinhas estilosas de Balthazar Bratt ao som de sucessos cantados por Michael Jackson, Madonna, A-Ha, Nena, Dire Straits, Van Halen e Olivia Newton-John.
Franquias de animação com maior bilheteria
- Meu Malvado Favorito (quatro filmes entre 2010 e 2017): US$ 3,7 bilhões
- Shrek (cinco filmes entre 2004 e 2011): US$ 3,5 bilhões
- A Era do Gelo (cinco filmes entre 2002 e 2016): US$ 3,2 bilhões
- Toy Story (quatro filmes entre 1995 e 2019): US$ 3 bilhões
- Frozen (dois filmes entre 2013 e 2019): US$ 2,7 bilhões