O que une a República Tcheca a Porto Alegre? Neste momento, nossa Feira do Livro, que homenageia o país europeu (antes de continuar este texto, um aparte: vá à feira, folheie livros, visite o Centro, não diga que está degradado e sujo, ocupe). Voltando: a República Tcheca pode ser mesmo uma grande inspiração para nós. Por lá, a média de leitura anual é de 17 livros por pessoa. Por aqui, a última referência que vi indicava a média de menos de cinco obras a cada ano.
Chama a atenção, na terra de Kafka (o museu dele em Praga, aliás, é visita obrigatória), haver cultura em toda parte. De cara, a impressão que tive é de que as pessoas nascem com um instrumento musical junto ao berço. Havia música por todo lado naquela primavera em que estive por lá. Artistas profissionais e amadores se apresentando, a orquestra excepcional acompanhando o coro de crianças que mal conseguiam pronunciar as palavras, de tão pequenas, numa feira popular na praça... Alguns dirão que é porque eu estava na capital.
Mas, a 120 quilômetros dela, em Karlovy Vary, uma cidadezinha cortada por um riacho e percorrida em pouco tempo a pé, a atração principal é um festival de cinema internacional. E o mesmo ar cultural se respira nesse lugar que já foi cenário de filme de James Bond ou de um outro filminho que eu adoro, As Férias da Minha Vida. Com quase 700 anos, fundada pelo imperador Carlos IV, ela tem muita história para contar. E muito para nos ensinar. Aprendamos, pois, na Feira do Livro, com a República Tcheca. E com tudo o mais.