Fechado desde a enchente de maio, quando ficou completamente tomado pela água do Guaíba, o Cais Embarcadero reabrirá suas portas ainda na primeira quinzena de novembro, com todas as operações funcionando — e mais algumas que serão conhecidas nos próximos dias. O secretário do Desenvolvimento, Ernani Polo, contou à coluna que o novo contrato de cessão da área do Cais Mauá, concedendo mais cinco anos o prazo de exploração, será assinado até 30 de outubro. No dia 8 de novembro, o governador Eduardo Leite fará um tour pelas obras.
Como ainda restam dois anos e sete meses do contrato anterior, isso significa que os atuais investidores do Cais Mauá terão ainda mais sete anos e sete meses assegurados, o que permitirá investimentos mais robustos. A assinatura do novo contrato, que passou por um longo período de negociação e de avaliação de questões jurídicas pela Procuradoria-Geral do Estado é essencial para garantir a retomada da operação dos bares, restaurantes e áreas de lazer.
A reabertura está conectada com o momento de retomada do turismo no Rio Grande do Sul, agora que o Aeroporto Salgado Filho voltou a receber voos comerciais. A volta dos bares e restaurantes também coincide com os últimos dias da Feira do Livro de Porto Alegre, que neste ano ocorre de 1º a 20 de novembro e com três feriados — Finados (2 de novembro), Proclamação da República (15) e Dia da Consciência Negra (20).
Projeto de revitalização do Cais Mauá deve ser revisto
A ampliação do prazo de concessão para o Embarcadero é mais um sinal de que o contrato com a Pulsa RS, vencedora da licitação realizada no início do ano passado para a revitalização do Cais Mauá, não será assinado. Ocorre que o consórcio pediu a revisão de cláusulas em nome do reequilíbrio econômico-financeiro previsto na lei das concessões. Como o contrato ainda não tinha sido assinado quando veio a enchente, é legalmente inviável alterar o que previa o edital.
Basicamente o que os investidores querem é fatiar o projeto, alegando que a sustentabilidade ficou comprometida depois da enchente. Fatiar — ou “fasear”, como se diz no jargão do mercado — é entregar os armazéns aos poucos. O fatiamento era o que queriam outros interessados no leilão, que teve apenas uma proposta, a da Pulsa RS, sem tradição na exploração desse tipo de negócio.
Pelo edital, a vencedora faria a reforma dos prédios tombados e então receberia em troca os terrenos próximos à Estação Rodoviária, onde poderia construir prédios comerciais e residenciais.