O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
O ex-vereador de Porto Alegre e ex-jogador de futebol do Grêmio Edi Wilson Jose dos Santos, conhecido como Dinho, foi absolvido pela Justiça da condenação por desvio de aproximadamente R$ 100 mil dos cofres públicos. Em novo entendimento, o Tribunal de Justiça removeu por unanimidade as acusações contra Dinho por falta de provas de que o ex-atleta tenha participado do esquema de rachadinha, que entre 2015 e 2017 desviou R$ 8 mil por mês do salário de uma funcionária do seu gabinete.
Na sentença original, de outubro de 2023, o ex-funcionário do gabinete João Marcondes Vargas Trindade também foi condenado ao mesmo período de reclusão, por peculato-desvio. Trindade era apontado como o líder do gabinete parlamentar de Dinho, responsável pelas nomeações de cargos e atuação política. Conforme a denúncia, a maior parte do salário da funcionária era transferida para Trindade. As operações financeiras em benefício de Trindade foram apontadas no processo com depoimentos e comprovadas após a quebra dos sigilos bancário e fiscal.
Na mesma sentença que absolveu Dinho, a Justiça ampliou a pena do ex-assessor. Trindade terá que cumprir quatro anos e cinco meses de reclusão em regime semiaberto, além do pagamento de multa. A relatora do caso na 4ª Câmara Criminal foi a desembargadora Gisele Anne Vieira de Azambuja.
Em 2012, Dinho fez 3.613 votos e ficou na suplência do Democratas (DEM, agora União Brasil). Em 2015, pelo PRB (que posteriormente foi renomeado para Republicanos), o ídolo gremista assumiu como suplente no lugar de Any Ortiz (então no PPS, atual Cidadania, que mantinha coalizão com o PRB), eleita deputada estadual. De volta ao DEM, Dinho tentou mais uma vez eleger-se vereador em 2016, mas novamente não obteve o apoio necessário dos eleitores, e recebeu 2.280 votos.
De acordo com o advogado de Dinho, Raphaell Quadros Couto, o ex-atleta foi absolvido por "absoluta falta de provas" de que tenha participado de algum esquema de corrupção:
— Dinho foi absolvido pela absoluta falta de provas de que tenha participado da alegada “rachadinha” que teria ocorrido entre seus assessores quando exercia o cargo de vereador. Ficou provado que ele não tinha qualquer gerência sobre o quadro funcional. Dinho ingressou na política fruto de seu prestígio como ídolo e ex-atleta de futebol. E sua imagem e trajetória pública permanecem a mesma, de um homem simples e honrado.
A coluna tentou contato com a defesa de Trindade, mas não obteve retorno até o momento. O espaço segue aberto para manifestação.
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