O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
O deputado federal Giovani Cherini (PL-RS) disse que o governador Eduardo Leite "tinha de ter sido macho" e não ter permitido a instituição do Ministério da Reconstrução. A declaração foi dada no início da tarde desta segunda-feira (16), durante coletiva de imprensa do movimento SOS Agro RS, na Assembleia Legislativa.
— Sou oposição ao governo do Estado e ao governo federal. O governador, se fosse outro, aquele dia que o Lula botou um interventor federal de ministro, ele (Eduardo Leite) tinha de ter sido macho e ter se levantado e ter dito: "Não aceito, porque eu sou governador". E ele deixou passar, perdeu a maior oportunidade da vida dele. Deixou passar, veio o interventor para ser aqui no lugar do governador, que se deu mal.
Na manifestação, Cherini fez críticas ao governo federal e ao PT, partido do presidente Lula e do ex-ministro da Reconstrução, Paulo Pimenta (agora ministro-chefe da Secretaria de Comunicação). A pasta extraordinária havia sido criada em 15 de maio para aproximar governo federal do processo de recuperação do Estado após a enchente. Na última quarta-feira (11), o ministério foi extinto e deu lugar à Secretaria de Apoio à Reconstrução Gaúcha, conduzida por Maneco Hassen e ligada à Casa Civil.
O deputado, que preside o PL no Rio Grande do Sul, também pediu para que os defensores do agronegócio não votem em candidatos petistas:
— A primeira coisa que nós vamos fazer no SOS é "fora PT", se vocês quiserem ter resultado. E que em nenhum município e Estado ganhe (candidatos do) PT, porque eles são contra o agro e nunca vão ser a favor.
A manifestação de Cherini foi uma das últimas da coletiva de imprensa, disponível no Instagram do movimento SOS Agro RS (assista no final do texto).
O secretário de Comunicação do Estado, Caio Tomazeli, avaliou a manifestação como "lamentável", e disse que divergências políticas precisam ser debatidas "com civilidades e sem insinuações ou ataques pessoais":
— Declarações que remetem a estereótipos ou preconceitos de qualquer natureza são lamentáveis e não condizem com o espírito de respeito que todos devemos cultivar na vida pública — afirmou Tomazeli.
Até o momento, o deputado federal não respondeu aos contatos da coluna. O espaço segue aberto para manifestação.
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