O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Mesmo passado o período de convenções partidárias, os arranjos políticos seguem sendo negociados e firmados. O mais recente é do PP de Rio Grande, que confirmou, em reunião extraordinária da comissão executiva na manhã de segunda-feira (12), a indicação do ex-deputado federal Cláudio Diaz como vice na chapa com o atual prefeito, Fábio Branco (MDB).
Diaz chegou a ser indicado para ser cabeça de chapa na convenção progressista, em 4 de agosto, enquanto as duas siglas não chegavam a um acordo. A indefinição era uma pedra no sapato do MDB, já que o ex-deputado, caso concorresse a prefeito, dividiria os votos de Branco.
Além de MDB e PP, a coligação do governo será composta por PRD, Podemos, Republicanos, União Brasil (que também confirmou aliança só na segunda) e a federação PSDB-Cidanania.
A situação não é exclusividade de Rio Grande. Faltando dois dias para encerrar o prazo de homologação das candidaturas na Justiça Eleitoral, em 15 de agosto, novas coligações ou nomes que vão disputar o cargo de vice-prefeito seguem sendo anunciados. O eleitor mais atento pode estar se perguntando se estas definições não deveriam ser restritas ao período das convenções, entre 20 de julho e 5 de agosto.
A estratégia das legendas para adiar esta definição é aprovar, nas convenções, uma autorização que concede às comissões executivas o poder de tomar decisões por conta própria, sem necessidade de aprovação de todos os membros do partido.
"Foi aprovada a delegação de poderes à Comissão Executiva para firmar coligações, para homologar, substituir, acrescentar ou suprimir nomes à chapa de candidatos às eleições proporcionais (vereadores) e majoritária (prefeito e vice-prefeito)", diz trecho da ata da convenção do PP de Rio Grande.
Assim, os partidos conseguem usar do famoso "jeitinho" para driblar o calendário sem ferir a legislação eleitoral e estender, mesmo que por 10 dias, a data limite para suas decisões.
Cinco candidatos em Rio Grande
Além de Branco, que vai tentar a reeleição, a disputa rio-grandina terá outros quatro nomes concorrendo à sucessão ao paço municipal.
Na esquerda, o PT construiu uma coligação que agrega oito partidos na frente ampla em torno do suplente de deputado estadual Halley Lino de Souza. Além dos petistas, participam PCdoB e PV, PDT, PSB, PSD, Avante e Solidariedade. Paulo Renato Mattos Gomes, o Renatinho, será o candidato a vice, indicado pelos socialistas. O PSOL indicou "apoio crítico" à candidatura do PT.
O PL terá chapa pura e não se coligou com nenhum partido. O empresário e presidente municipal dos liberais, Daniel Borges, será o candidato do partido à prefeitura, ao lado do professor Ademar Moraes. Já a Democracia Cristã aposta no médico Cláudio Esperon para a disputa eleitoral. O policial militar Maicon Sulivan será o vice.
Por fim, o Novo indicou o empresário Renato Lima para disputar a sucessão municipal. Lima é presidente do conselho da Associação Gaúcha do Varejo (AGV) e já foi presidente da CDL Rio Grande e vice-presidente da Federasul. Ele é filho do ex-deputado federal Valdomiro Rocha Lima. A servidora Marcia dos Santos, também do Novo, será a candidata a vice.