
Começa nesta sexta-feira (30) aquele período em que para todos os problemas difíceis sobram candidatos apresentando soluções fáceis. Tudo para conquistar o voto do personagem mais importante de uma eleição: você, cidadão, que escolherá o gerente da sua cidade.
A propaganda eleitoral no rádio e na TV é um espaço concedido para que os candidatos vendam seu peixe. Não é gratuita, como se imagina, porque as emissoras são reembolsadas pelo que deixam de ganhar com publicidade, e a produção dos programas políticos e das inserções consome boa parte do dinheiro gasto em uma campanha.
É um espaço sem contraponto: cada candidato adota o discurso que lhe convém e o adversário só poderá contestar nas edições seguintes. É, também, um tempo de fantasia: aconselhados por estrategistas de marketing, os candidatos costumam dizer o que o eleitor gostaria de ouvir.
Se a proposta não cabe no orçamento da prefeitura ou é incompatível com a prática de vida ou de gestão dos candidatos, azar dos incautos. Por isso é preciso estar vacinado para não comprar gato por lebre ou cair no conto dos que têm fórmulas mágicas para resolver problemas históricos.
Preste atenção nos vereadores
O horário eleitoral também é aquele espaço pelo qual desfilam figuras bizarras, tentando conquistar seu voto para vereador. Como têm pouco tempo para expor uma ideia com começo, meio e fim, a maioria adota um slogan para marcar posição. Não raro aparecem propostas que sequer são da alçada de um vereador.
É preciso ficar atento, mais uma vez, para não cair no conto do vigário. Vereador não legisla sobre temas nacionais. Não tem poder para decidir sobre aborto, liberação de drogas ou casamento entre pessoas do mesmo sexo. O papel do vereador é fiscalizar o Executivo e legislar sobre temas do dia a dia da cidade — do plano diretor ao transporte coletivo, passando por tudo o que impacta nas nossas vidas.
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