Por que um prefeito que teve problema atrás de problema, sendo o maior deles uma enchente sem precedentes, resolve tentar o quarto mandato? O prefeito Jairo Jorge (PSD) Canoas responde:
— Por amor à cidade e porque preciso reconstruir Canoas. Este mandato foi atípico. Assumi na pandemia, quando as coisas estavam começando a entrar num ritmo de normalidade fui afastado por um ano pela Justiça. Voltei, parecia que as coisas estavam entrando no prumo e me afastaram de novo, por 130 dias. Reassumi no dia 2 de abril e, um mês depois veio a enchente. Não posso me omitir.
Jairo Jorge, que concorreu pela primeira vez a prefeito de Canoas em 1985, com 22 anos, diz que seu maior desafio na campanha será lidar com as fake news. Durante a enchente, Canoas foi inundada também por uma onda de notícias falsas, como a de que o prefeito estava confiscando doações, quando na verdade o decreto de requisição administrativa era para facilitar a compra de lanternas, cestas básicas e outros produtos emergenciais.
— Inventaram que tinha 300 corpos boiando em Canoas. Era mentira, mas essas coisas se espalham e as pessoas demoram para se convencer de que não era verdade.
O prefeito diz que fará esta campanha com “muita humildade” e que combaterá sem trégua a desinformação. Para isso, conta com a Justiça Eleitoral, que promete punir quem espalha notícias falsas.
— A mentira traz medo, leva as pessoas ao erro, desinformam. E a verdade é o pilar para termos uma sociedade melhor, mais fraterna, mais justa, mais igual — disse em discurso na convenção.
Jairo Jorge concorrerá pela Coligação Amar Canoas (Aliança Municipal para Avançar e Reconstruir), composta por 12 partidos (PSD, federação PT-PCdoB-PV, PDT, federação PSDB-Cidadania, Podemos, PSB, Rede, Avante e Agir).
A convenção foi realizada neste domingo, no campus da Ulbra. A candidata a vice será a vereadora Maria Eunice Wolf (PT). O evento unificado terminou com um ato reunindo líderes dos partidos aliados e candidatos vereador — são 150 no total dos partidos apoiam Jairo.
— O momento pede que nos demos as mãos, Canoas não tem tempo a perder, nem energia para desperdiçar. Durante a tragédia, mostramos a força da união. Agora é hora desta força continuar, colocando a nossa cidade, a nossa gente em primeiro lugar. Precisamos avançar —destacou no final do discurso.