O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Em ofício encaminhado ao governador Eduardo Leite na noite de quarta-feira (10), a Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) se posicionou contra o projeto de reestruturação de cargos e salários dos servidores estaduais. O argumento da entidade é de que a proposta é "incompatível e inoportuna" para o momento que o Estado enfrenta.
Leite recebeu representantes da Federasul e de outras entidades empresariais na terça-feira (9) para detalhar a proposta que pretende enviar à Assembleia Legislativa.
No dia seguinte, a entidade realizou uma reunião de integração com líderes empresariais, na qual a rejeição ao projeto foi unânime entre os participantes.
A posição foi comunicada a Leite em carta encaminhada pelo presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa.
"Quando milhões de pessoas pedem socorro aos governos federal e estadual para salvarem empregos e empresas que estão sendo perdidas, famílias que perderam a renda e o lar, agricultores que viram a safra e a terra arrasada pelas águas, não nos parece oportuno", ressaltou o dirigente.
Costa também solicita medidas em caráter emergencial que atendam às necessidades da calamidade "sem comprometer de forma permanente a saúde financeira" do Estado.
Na carta enviada a Leite, a Federasul diz que propor reajuste de salários ao mesmo tempo em que o governo do Estado faz pedidos de recomposição das perdas de receita à União representaria uma "inversão de prioridades". O receio é de que o governo federal teria argumentos para suspender auxílios emergenciais ao RS.
Pacote em discussão
Na segunda-feira (8), Eduardo Leite apresentou as linhas gerais do pacote de reestruturação de carreiras do funcionalismo a deputados da base aliada na Assembleia.
As medidas contemplam aumentos salariais, implementação de progressões baseadas no desempenho e modernização de estruturas administrativas. Também estão incluídos reajustes específicos à segurança pública e contratações temporárias para ajudar na reconstrução do Estado.
Na quarta, o governador também recebeu deputados do PT e do PCdoB para apresentar a proposta.