O tênis bem-cuidado do presidente Lula vai pisar nesta quinta-feira (6) na poeira do que até a semana passada era barro na margem do Taquari varrida pela enchente de maio em Cruzeiro do Sul. Lula vai ao lugar que um dia foi a comunidade de Passo de Estrela e que no futuro será uma área verde, porque ali as moradias serão proibidas.
Será a quarta visita dele ao Rio Grande do Sul desde que a enchente de diferentes rios começou a assombrar os gaúchos, no final de abril.
— O presidente já viu os vídeos e as fotos, mas quer pisar nos lugares mais atingidos, conversar com os prefeitos, ouvir deles quais são as necessidades mais urgentes — diz o ministro da Reconstrução, Paulo Pimenta, que indicou a Lula os lugares que ele precisava "ver com seus próprios olhos".
A outra cidade escolhida é Arroio do Meio, conhecida dos brasileiros pelas imagens da passadeira construída pelo Exército para permitir a passagem dos moradores isolados e que uma segunda chuva levou.
Nas duas, Lula deverá ouvir dos prefeitos que as doações de roupas e alimentos são suficientes. Que a maior urgência é a construção de casas, porque nem uma nem outra têm imóveis para aluguel social. É o que dizem também os prefeitos de outras cidades do Vale do Taquari, como Roca Sales, Muçum e Encantado.
O presidente sai de Brasília às 7h e desembarca na Base Aérea de Canoas. De helicóptero, vai a Cruzeiro do Sul e depois a Arroio do Meio. No almoço comerá a mesma refeição servida aos abrigados e preparada nas cozinhas solidárias.
A primeira-dama, Janja da Silva, vem com Lula mais uma vez, mas terá agenda própria. Em princípio, deverá inaugurar uma lavandaria solidária organizada pela primeira-dama de Guaíba, Deise Maranata, com máquinas doadas. Janja também planeja visitar um abrigo de animais, como fez em duas visitas anteriores, e um centro de distribuição de doações.
Em 2 de maio, Lula esteve em Santa Maria e não conseguiu sobrevoar as áreas porque o tempo não permitiu a decolagem do helicóptero. Três dias depois, no domingo (5), o presidente esteve em Porto Alegre e conseguiu avaliar a extensão da tragédia na Região Metropolitana. No dia 15 de maio, desembarcou novamente em Canoas e, de lá, foi a São Leopoldo.