Caiu mais um obstáculo à venda do terreno que abriga o antigo prédio da Secretaria Municipal de Obras e Viação, na esquina das Avenidas Borges de Medeiros e Ipiranga. Por 11 votos a três, o Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural (Compahc) decidiu nesta segunda-feira (5) que o prédio não reúne as condições para ser inventariado pelo município de Porto Alegre. Ou seja: não preenche os requisitos para ser considerado de valor histórico e cultural.
A decisão foi especialmente comemorada pelo secretário de Habitação, André Machado, porque a maior parte do dinheiro arrecadado com a venda do terreno será empregada na construção de moradias populares. São 254 unidades nos residenciais Barcelona 1 e 2, demanda de uma comunidade que aguarda há 23 anos pela construção dos prédios.
Enquanto ocorria a reunião do Conselho, um grupo de pessoas portando cartazes protestava em frente ao edifício Intendente José Montaury. Entre eles, a líder comunitária Lurimar Fiúza, que nunca desistiu da luta pela construção do conjunto habitacional.
O leilão havia sido suspenso pela Justiça em novembro do ano passado a pedido do Ministério Público estadual. O MP acatou os argumentos do Instituto dos Arquitetos do Brasil, de que o prédio teria de ser tombado por ser "um ícone do modernismo em Porto Alegre", pediu o embargo do leilão até ter um parecer do Conselho do Patrimônio Histórico, Arquitetônico e Cultural.
O secretário de Administração, André Barbosa, acredita que o leilão poderá sair ainda no mês de março. O terreno tem cerca de 4,9 mil metros quadrados e a área construída é de aproximadamente 9,9 mil metros quadrados. O edital 07/2023 previa lance mínimo de R$ 48,1 milhões.