Depois de reclamar da dificuldade de conversar com a CEEE Equatorial, o prefeito Sebastião Melo foi à sede a empresa no início da tarde desta quinta-feira (18) disposto a aparar arestas. Diante da diretoria da empresa, o prefeito lembrou que foi a favor da privatização da CEEE e que repetiria seu voto hoje por entender que a empresa pública não prestava um serviço eficiente, mas entende que a prefeitura e a Equatorial devem trabalhar juntas para "construir na divergência".
Ficou combinado que a Equatorial terá uma linha direta com o Dmae e a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos para receber as demandas prioritárias da prefeitura. Hoje, a prioridade do prefeito é a retomada da energia elétrica nas estações de tratamento e de bombeamento de água. A única estação de tratamento que ainda está sem energia é a das ilhas, onde Melo pretende colocar um gerador, mas metade das estações de bombeamento (que empurram a água para os bairros) ainda segue sem luz.
Também ficou acertado que a CEEE informará à prefeitura os locais em que não está conseguindo restabelecer a energia porque estão obstruídos pela queda de árvores. O prefeito disse que, muitas vezes, os técnicos da CEEE vão ao local reclamado pelo cliente e informam que não podem realizar o serviço porque a prefeitura não removeu os galhos de árvore.
— A obrigação de remover é nossa, mas temos de saber onde isso está acontecendo — disse Melo à coluna.
Há casos, porém, em que árvores caíram sobre a fiação em artérias da cidade, à vista dos fiscais da EPTC. O prefeito reconheceu que a falta de energia não é o único problema para o desabastecimento de água:
— Esse é um dos problemas, mas temos deficiências estruturais, redes e equipamentos muito antigos.
Não está nos planos de Melo colocar geradores em todas as estações de tratamento e de bombeamento. O prefeito explica que a Corsan não serve de exemplo porque cobra R$ 7,50 o metro cúbico de água e o Dmae, R$ 4,90. Colocar geradores elevaria o valor da conta de água, além de ser, segundo Melo, ambientalmente inadequado, porque os equipamentos são movidos a óleo diesel.
Para resolver o problema da má qualidade dos serviços prestados pela Equatorial, Melo sugere uma fiscalização mais rigorosa:
— O que funciona mal é o sistema de regulação. Precisamos de fiscalização eficiente.
Controvérsia em relação às podas
Na reunião entre o prefeito e a Equatorial entrou em discussão um tema controverso: a responsabilidade pela pode das árvores doentes ou que ameaçam encostar na fiação. A prefeitura entende que onde passam redes de alta tensão a responsabilidade é da concessionária. A Equatorial diz que é da prefeitura.
— Vamos abrir esse debate, estudar a legislação e definir as competências — disse o prefeito.
No caso das árvores doentes que ficam em terrenos particulares, a lei que permite que o proprietário faça a poda, desde que tenha um laudo da Secretaria do Meio Ambiente:
— Nas regiões de baixa renda nós faremos a poda, mas a classe média e alta pode dar sua contribuição.