Apresentadas ao rascunho dos decretos de corte de benefícios fiscais, as federações empresariais pediram tempo para analisar com seus diretores e assessores econômicos o impacto das medidas. No Piratini, a expectativa era de que retornassem com uma proposta alternativa, mas os dirigentes empresariais retornaram de mãos vazias, convictos de que a responsabilidade por encontrar saídas para a falta de dinheiro é do governador Eduardo Leite.
Os empresários, de modo geral, não aceitam o aumento do ICMS nem o corte de benefícios a produtos, setores ou empresas. A alternativa seria um plano C, que Leite já disse não aceitar porque significaria "precarizar os serviços públicos".
Para aumentar o ICMS é preciso convencer os deputados da base governista de que esta é a proposta menos amarga. Para cortar benefícios fiscais basta a assinatura eletrônica em um pacote de decretos.
Leite sabe que qualquer das alternativas implica desgaste, mas está convencido de que nada será pior do que não ter dinheiro para os serviços essenciais. Isso inclui uma reposição salarial, por mínima que seja, aos servidores públicos. A insatisfação na segurança é crescente, sobretudo entre os delegados, que se comparam a outras carreiras jurídicas e veem o fosso se aprofundar.