Ao longo de toda a segunda-feira (20), o Hotel Libertador, na Avenida Córdoba, em Buenos Aires, virou um entra e sai de aliados do presidente eleito Javier Milei. Entre eles, alguns dos futuros ministros, como a deputada Diana Mondino, futura chanceler, presidente da Câmara dos Deputados ou algum outro cargo importante na estrutura do governo, por ser da máxima confiança de Milei. Logo cedo, Diana postou foto do café da manhã com o presidente eleito e escreveu: “Trabalhando para diminuir o tamanho do Estado e eliminar impostos”.
Durante toda a manhã, Milei permaneceu no hotel, de prontidão para ir ao encontro do presidente Alberto Fernández, que comandará a transição, mas as horas foram passando e o encontro não saiu. Por telefone, deu entrevistas a duas rádios de Buenos Aires e reafirmou que vai privatizar a YPF, equivalente argentina da Petrobras. Foi o suficiente para que os papéis da estatal petrolífera dessem um salto na Bolsa de Nova York. Como na Argentina é feriado, não se sabe ainda como o mercado local reagirá à eleição de Milei, mas seus seguidores estão empolgados com o desempenho não só das ações da YPF, mas de outros papeis da Argentina no mercado internacional.
Milei disse também que vai privatizar a TV pública argentina e a rádio Nacional:
— Não preciso de uma máquina de propaganda. Foi nisso que essas estatais se transformaram nos governos de Cristina Kirchner e Alberto Fernández.
Em frente ao hotel, dezenas de jornalistas se acotovelavam esperando a saída do presidente eleito ou de sua irmã Karina, estrategista da campanha e que será o braço direito do presidente no governo. O carro dela, uma SUV Toyota preta, passou boa parte do dia estacionado atrás do Volkswagen sedan preto cedido pela Câmara dos Deputados.