Criado em 2021 pelo governo gaúcho com o objetivo de reduzir a evasão no Ensino Médio, o programa Todo Jovem na Escola está sendo turbinado em busca de maior eficácia. As mudanças serão detalhadas nesta segunda-feira (16), pelo governador Eduardo Leite e pelo vice, Gabriel Souza, mas já se sabe que o valor único de R$ 150 por mês, vinculado à frequência escolar, será substituído por uma bolsa progressiva, levando em conta a renda familiar.
Com a mudança, o governo concentra esforços para assegurar a presença na escola dos alunos enquadrados na faixa da extrema pobreza, que corresponde a 46% do público do programa. Relembrando, têm direito à bolsa os alunos de famílias pobres ou extremamente pobres, que estão no Cadastro Único e recebem bolsa família e outros benefícios sociais.
O novo Todo Jovem na Escola, que até então se resumia a uma bolsa mensal, passa a contar com quatro modalidades de repasse de valores como incentivo à permanência do estudante na escola, o que permitirá a cada aluno beneficiado receber, ao longo dos três anos de Ensino Médio, até quase R$ 9 mil.
As mudanças, valores e formato foram definidos após meses de estudos, avaliações orçamentárias, análise de iniciativas promovidas em outros estados e encontros com especialistas. O governo define o Todo Jovem na Escola como “a maior iniciativa de combate à evasão e ao abandono escolar em todo o país”. Os estudos apontaram que, quanto menor a renda familiar, maior a chance de o aluno abandonar o Ensino Médio.
Na apresentação de hoje, o governador e o vice devem fazer um balanço dos valores investidos, do número de alunos beneficiados e dos resultados obtidos até agora e as metas do programa Todo Jovem na Escola.
Aliás
O pagamento de uma bolsa não é a única forma de garantir que todos os jovens completem o Ensino Médio. Os que não se enquadram nos critérios para receber o benefício precisam que a escola seja mais atrativa e isso passa pela infraestrutura dos prédios, a proposta pedagógica e o treinamento dos professores.
Piso de 2,5 mínimos era para 20 horas
Dezenas de professores reclamaram no fim de semana do texto da coluna sobre a remuneração do magistério e apontaram uma omissão: não ter dito que o piso de 2,5 salários mínimos, reivindicação das greves dos anos 1980 e 1990, era para jornada de 20 horas.
O piso nacional do magistério, que hoje é de 4.420,55 é para 40 horas semanais de trabalho.
Os 2,5 salários mínimos, embora conquistados em uma das greves, numa chegaram a ser implementados como básico da carreira, porque os governadores da época entendiam que era impagável pela repercussão nos diferentes níveis e classes.
Relembrando, o salário mínimo à época era inferior a US$ 100. Hoje é superior a US$ 250 (R$ 1.320).