A Seleção Brasileira fecha 2024 sem encontrar um rumo certo. A um ano e meio da Copa do Mundo, vamos para a pausa de fim de ano sem mostrar um futebol convincente nas Eliminatórias. Estamos nos preparando para o Natal sem ganhar da Venezuela, com derrota para o Paraguai e olhando na galeria de fotos uma Copa América em que vencemos um jogo apenas em quatro. Somos quinto nas Eliminatórias, a sete pontos da Argentina, líder.
Os resultados são opacos e só emolduram a falta de rendimento, de jogo coletivo e, principalmente, a de uma cara mais nítida para uma Seleção que está sendo reconstruída. O 1 a 1 com o Uruguai mostrou energia, disposição e entrega dos jogadores. Buscamos um empate com volume e fechamos o jogo com cinco atacantes, mais Paquetá.
Dorival Júnior, é muito claro, está entregando o seu máximo. O ponto é que esse máximo está sendo insuficiente para cobrir o que exige a Seleção. O trabalho dele, é justo que se diga, tem apenas oito meses e tem entre as tarefas implementar processo de renovação, acolhendo uma geração novíssima. Porém, nesse meio tempo, houve uma Copa América que concedeu-lhe janela de treinos rara nos padrões de seleção e há talentos de primeira linha nas grandes ligas europeias. O que ainda não foi suficiente para que Dorival fizesse essas peças se conectarem.
O trabalho de Dorival é só a ponta vistosa do comando da CBF. Houve erros no começo do ciclo da Copa de 2026, iniciamos com um interino, Ramon Menezes, passamos por um tampão, Fernando Diniz, e ficamos a ver navios com o sonhado Carlo Ancelotti. Assim, perdemos mais de um ano. Atrasamos nosso começo, perdemos tempo para colocar a mão na massa na construção de uma nova Seleção e, agora, corremos contra o relógio. Exigimos que Dorival dê conta de ganhar do tempo. Está claro que esse é um desafio que parece fora do alcance do técnico.