
Como diz o ditado, antes tarde do que mais tarde. Os clubes se deram conta do erro gigantesco cometido lá em 2022, quando racharam em dois blocos e perderam a chance de criar uma Liga Única já para negociar este ciclo do contrato de TV que começa neste ano.
Perceberam agora que rasgaram dinheiro e aprenderam. Os movimentos recentes mostram Libra e Liga Forte União caminhando na mesma direção e discutindo com maturidade temas de interesse de ambos. Primeiro, foram os direitos internacioinais do Brasileirão para o ciclo 20205/2029. Depois, veio a ida ao mercado em conjunto para negociar os direitos da Série B.
Nesta quarta-feira (12), no Rio, veio mais uma prova de que as arestas foram aparadas e tudo se encaminha para, ali adiante, ser criada a Liga Única. Em reunião convocada pelo Flamengo, os representantes dos clubes da Série A dividiram a mesa para alinhar o discurso que seria levado ao Conselho Técnico do Brasileirão, convocado nesta quarta-feira, pela CBF.
O Conselho serve para que a CBF defina o regulamento do Brasileirão. Mas a Libra e a LFU aproveitaram o fato de estarem todos à mesa com Ednaldo Rodrigues para abrir discussão sobre pontos importantes. O primeiro deles foi sobre o aumento da autonomia do Conselho Nacional de Clubes, órgão criado pela CBF com cinco representantes e que trata dos interesses dos clubes, que abordará temas como os interesses comerciais dos clubes nas receitas geradas pelo Brasileirão.
O segundo ponto foi a criação de sistema de Fair Play Financeiro, que será, além de regulação, meio para tornar mais saudáveis as contas dos clubes. O terceiro ponto levado foi a adoção de grama natural como piso padrão para as Séries A e B.
O fortalecimento do Conselho Nacional de Clubes pode ser entendido como o embrião da Liga Única. Os clubes chegaram ao Conselho Técnico com a nova formação definida. Pela LFU, as permanências de Fortaleza e Inter foram definidas de forma unânime e foi feita a indicação do Vasco para ocupar a cadeira que era do Fluminense.
Pela Libra, o São Paulo foi mantido e o Flamengo entrará na vaga do Atlético-GO. Aqui está o grande símbolo para esse passo à frente na formação da Liga Única. O Flamengo, lá atrás, foi um dos grandes obstáculos para a união dos clubes. Trazê-lo para uma posição de liderança, ocupando uma cadeira da LFU, mostra a disposição em buscar consenso e o fim das arestas.