O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
A confirmação do deputado federal André Fufuca (PP-MA) como novo ministro do Esporte consolida a aproximação de parte do PP com o presidente Lula, mas está longe de garantir adesão total da sigla ao governo. O movimento é patrocinado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mas não tem o aval do presidente nacional do partido, Ciro Nogueira (PP-PI).
Líder da bancada, Fufuca conduzia as articulações com o governo ao lado de Lira, mas a aproximação sempre foi rechaçada por Nogueira, que buscava manter o partido na oposição.
A ida do deputado para o Executivo deixa vaga a liderança do partido, que agora deve ser disputada entre duas alas: os governistas e os oposicionistas, que defendem a manutenção da postura independente nas votações.
— Vamos lançar um candidato para pegar essa liderança e manter o partido independente — diz o gaúcho Covatti Filho, integrante da ala refratária ao governo.
O PP tem uma bancada de 49 deputados, e parte deles ajudou a aprovar propostas de interesse do governo na Câmara, como a reforma tributária e o arcabouço fiscal. Entretanto, os progressistas causaram dificuldades em outras votações de interesse do Palácio do Planalto.
Em resposta à ida de Fufuca ao ministério, Ciro Nogueira decidiu afastá-lo das funções partidárias. O mesmo deve ocorrer com a ex-deputada Margarete Coelho caso se confirmem as especulações de que ela assumirá a presidência da Caixa.