De volta da viagem à Índia, o presidente Lula recebeu do vice, Geraldo Alckmin, e do ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, um relatório detalhado da situação dos municípios afetados pela enchente no Rio Grande do Sul. Os dois estiveram no Vale do Taquari e contaram o que viram.
Ao final Lula gravou um vídeo anunciando a liberação de mais recursos federais e de uma linha especial de crédito do BNDES, no valor de R$ 1 bilhão, para as empresas recuperarem o que foi perdido. Essa linha de crédito terá juro zero e dois anos de carência para início do pagamento.
Ainda que siga devendo uma visita ao Rio Grande do Sul, Lula está fazendo o que se espera de prático da parte do governo: assegurando recursos para a reconstrução das cidades, das casas e das empresas. Quando veio ao Estado no último domingo (10), Alckmin já havia anunciado a liberação de R$ 740 milhões, que se somam aos R$ 600 milhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço para 354 mil trabalhadores.
Lula prometeu que a ajuda não ficará só nisso:
— Vamos continuar acompanhando, porque ainda está chovendo. Posso garantir que o governo federal não faltará no atendimento das necessidades do povo da região. Nós vamos continuar cuidando do povo com muito carinho, porque o povo não pode sofrer do jeito que está sofrendo.
O empréstimo do BNDES com juro subsidiado era uma demanda da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, em nome das empresas do Vale do Taquari. A Fiergs apresentou um programa de recuperação da economia da região que envolve os governos estadual e federal.
O vídeo de Lula foi divulgado quase ao mesmo tempo em que o governador Eduardo Leite anunciava mais um pacote de medidas de socorro aos municípios, às empresas e aos cidadãos das regiões afetadas. Entre as medidas estão a prorrogação do prazo de pagamento do ICMS, o perdão da multa para quem não conseguir pagar e a liberação de R$ 2,5 mil para as famílias inscritas no Cadastro Único ou vivam em situação de pobreza ou extrema pobreza, que estejam desabrigados ou desalojados. Os demais atingidos pela enchente, que preencham os requisitos da condição socioeconômica, receberão R$ 700. É um dinheiro que os moradores dos municípios com decreto de situação de emergência ou de calamidade poderão utilizar livremente no que Leite chamou de “processo de reconstrução de suas vidas”. Os recursos virão da doação de R$ 20 milhões da Assembleia Legislativa e de R$ 5 milhões do Poder Judiciário.
O governo estadual também está destinando R$ 10 milhões em horas-máquina para ajudar na limpeza e na reconstrução dos municípios de Muçum, Roca Sales, Santa Tereza, Encantado, Arroio do Meio, Cruzeiro do Sul, Estrela, Lajeado, Colinas e Venâncio Aires.
Para as empresas, Leite anunciou ainda a isenção de impostos nas aquisições de ativo imobilizado (ICMS e Difal), o não estorno do crédito relativo ao estoque de mercadorias e apoio na garantia das apólices de seguros.