Pode parecer impossível, mas até a terça-feira (26) o ex-governador José Ivo Sartori (MDB) ainda não tinha o "passaporte oficial" de cidadão caxiense. Nascido em Farroupilha, Sartori construiu a vida e a carreira em Caxias do Sul, cidade em que cursou Filosofia, formou família e pela qual foi prefeito entre 2005 e 2012.
No plenário da Câmara Municipal lotado por aliados e autoridades — mesmo local onde o ex-governador iniciou a trajetória política como vereador, na década de 1970 —, Sartori recebeu o título de Cidadão Caxiense. A honraria foi proposta pelo vereador Felipe Gremelmaier (MDB).
— Eu nasci no interior de Farroupilha, me criei em Antônio Prado, fiz seminário em Viamão, mas foi aqui em Caxias que eu me fortaleci, que aprendi, que formei minha família, que me forjei para a vida. Caxias do Sul é símbolo de valores que nunca saem de moda e que nos estimulam a seguir em frente — discursou Sartori.
Foi no município que o emedebista conheceu a esposa, Maria Helena, nos tempos de Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Os filhos do casal, Marcos e Carolina, e o neto Francisco, de seis meses, são caxienses.
Desde que deixou o Piratini, em dezembro de 2018, o emedebista voltou a morar no município, de onde se mantém atento à vida partidária, embora costume dizer que cumpriu a missão como governador e não será mais candidato a nada.
Sem dar entrevistas nos últimos anos, Sartori aproveitou a solenidade para fazer uma breve avaliação sobre a sua passagem pelo Piratini. O ex-governador disse que, ao tomar posse em 2015, encontrou o Estado "quebrado" e que, por isso, o governo precisou "fazer as primeiras e mais profundas reformas que o aparelho estatal gaúcho já viu".
Entre as reformas referidas por Sartori estão a criação da previdência complementar do funcionalismo e a extinção de fundações como Zoobotânica (FZB), Ciência e Tecnologia (Cientec), Economia e Estatística (FEE), Desenvolvimento e Recursos Humanos (FDRH), Piratini (TVE e FM Cultura) e Metroplan.
— Muitas vezes fomos incompreendidos, mas cruzamos aquele mar revolto com dignidade e coragem. E, hoje em dia, a população reconhece. Dizem por aí que o “gringo estava certo”. Eu prefiro dizer que “o caminho estava certo”. E espero também que o Rio Grande nunca mais volte para a lógica da irresponsabilidade fiscal — considerou.