O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Depois de um salto na última década, a diferença entre a quantidade de servidores ativos e inativos no governo estadual dá sinais de estabilidade. Atualmente, há cerca de 50 mil vínculos inativos a mais do que os ativos na folha de pagamento do Executivo, número que apresenta pouca variação desde 2020.
Essa constância sucede o movimento registrado na década passada, que combinou o aumento no número de aposentados e pensionistas com a redução dos servidores na ativa.
A partir de 2015, as matrículas de inativos superaram as de ativos no governo estadual. Desde então, tornou-se habitual na Secretaria da Fazenda (Sefaz) o uso da expressão "boca do jacaré" para identificar a representação gráfica da comparação entre os indicadores: enquanto uma linha mostrava os inativos em crescimento, outra exibia a queda no número de ativos.
Nos últimos anos, entretanto, essa boca parou de abrir. De acordo com dados do painel de Informações de Pessoal da Sefaz, a diferença tem se mantido na faixa dos 40%. Atualmente, são 126.493 servidores ativos e 177.929 aposentados, pensionistas e outros vínculos (como servidores cedidos).
A estabilidade começou a aparecer no ano seguinte à reforma na previdência, que endureceu regras para a aposentadoria. A contenção no crescimento ajuda a frear as despesas com pessoal, o que, em tese, libera mais recursos para investimentos.
Subsecretário do Tesouro Estadual, o economista Eduardo Lacher diz que a redução dos ativos em anos anteriores se explica pela dificuldade em fazer contratações em razão da crise financeira, que arrefeceu nos últimos anos:
—Entre os ativos, a segurança e a educação representam quase 90% dos servidores, e essas são áreas em que o governo tem buscado manter os quantitativos.