O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Inconformados com a venda da Corsan para a empresa Aegea, sacramentada pela assinatura do contrato em 7 de julho, deputados de partidos da oposição ao governo de Eduardo Leite irão acionar Ministério Público (MP), Polícia Civil e Tribunal de Contas do Estado (TCE) para tentar reverter a privatização. O principal ponto de contestação é o valor da venda da estatal, arrematada em leilão por R$ 4,1 bilhões.
Nesta terça-feira (1º), parlamentares, sindicalistas e prefeitos se reuniram na Assembleia Legislativa para traçar uma estratégia conjunta. Os deputados de PT, PCdoB e PSOL consideram que os argumentos apresentados no voto da conselheira-substituta Ana Moraes, relatora da venda da Corsan no TCE, representam um "fato novo" sobre a privatização.
— Ainda não estamos falando de corrupção, mas há uma incompetência grave. Se privatizar foi um erro, a venda a preço vil é um crime. Vamos procurar os conselheiros do TCE e protocolar novas informações que demonstram a ilegalidade e os prejuízos ao Estado pelo leilão. Este processo não está encerrado — afirma o deputado Miguel Rossetto (PT).
Os parlamentares se dividirão em três frentes pela anulação da venda:
- Oficiar a Polícia Civil com as informações do voto da relatora;
- No MP, os deputados da oposição querem apresentar ao procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz, os argumentos da conselheira-substituta Ana Moraes;
- No TCE, pretendem marcar audiências com os cinco conselheiros que não acompanharam a relatora e, na prática, deram aval à assinatura da venda da Corsan.
— Nós estamos seguros de que as informações novas reveladas no voto da conselheira são contundentes, objetivas e inquestionáveis. Os conselheiros não são deputados da base do governo. São conselheiros do Tribunal de Contas do Estado — diz Rossetto.
Após a reunião, os deputados e líderes políticos publicaram um manifesto com a posição contrária à privatização.