O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Depois de 15 dias numa espécie de aquecimento para entrar em campo, incluindo reuniões com técnicos para conhecer melhor a nova função, o delegado aposentado e ex-governador Ranolfo Vieira Júnior tomou posse nesta quinta-feira (6) como vice-presidente e diretor de Operações do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).
Em um auditório lotado de autoridades, na sede gaúcha do BRDE, em Porto Alegre, Ranolfo agradeceu ao governador Eduardo Leite pela confiança na indicação, e disse que priorizará o combate à estiagem durante a sua gestão.
— Temos algumas prioridades, e a primeira delas é a irrigação. Me parece que este ano não teremos problemas com estiagem, mas é algo que sempre está presente no cenário. O banco tem a contribuir com o agro nessa questão da reservação da água — explicou o ex-governador em breve entrevista aos jornalistas.
Acostumado nos últimos anos a esmiuçar tabelas e estatísticas relacionadas à segurança pública, pasta que comandou no governo mandato, Ranolfo seguirá lidando diariamente com números. A diferença é que agora os indicadores serão econômicos, e não de criminalidade.
— Alguns que estão aí me ouvindo nesse momento devem estar pensando: o que houve com o Ranolfo? Ele falava de indicadores de criminalidade até pouco tempo. A gente tem que se adaptar, né? A minha expertise quer se voltar agora para desempenhar essa nova função — brincou o ex-governador, arrancando risos da plateia.
Na metade de 2024, Ranolfo assumirá a presidência rotativa do BRDE. O banco público de desenvolvimento é integrado por Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A expectativa é de que o Mato Grosso do Sul ingresse no grupo em breve.
— Essa é uma confiança conquistada pelo trabalho dedicado ao longo de toda uma jornada de serviço público do Ranolfo, de forma exemplar, mas também pela amizade que construídos, cívica e fraterna — elogiou Leite.
Reforma tributária
A posse de Ranolfo também foi prestigiada pelo atual presidente do BRDE, João Paulo Kleinübing, que representa Santa Catarina. Kleinübing afirmou que o banco desembolsou R$ 200 milhões em impostos federais de janeiro a maio de 2023, e defendeu a mudança do regime de tributação para o banco de desenvolvimento.
— Nós somos tributados da mesma forma que um banco comercial, como Bradesco e Itaú. Nada contra eles, mas esses R$ 200 milhões que foram pagos em impostos são recursos que deixaram de ser utilizados no crescimento de microempresas, pequenas empresas do RS, Santa Catarina e Paraná — disse Kleinübing.
A expectativa é de que a mudança seja discutida em uma segunda fase da reforma tributária. Ainda não há previsão de prazo para que isso ocorra.