O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Um levantamento realizado pela coluna indica que ao menos 11 dos 31 deputados federais gaúchos pretendem votar a favor do texto atual da reforma tributária, apresentado pelo relator Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Entre os favoráveis estão parlamentares de PDT, PSB, PSOL, PT e União Brasil.
Do outro lado, nove deputados de partidos como PP, PL, Podemos e Republicanos sinalizam voto contrário à reforma, enquanto a maioria dos representantes de PSDB, MDB e PSD ainda não decidiu o que fará.
Em entrevista à GloboNews, o presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou que a discussão sobre reforma deve começar nesta quarta-feira (5), com expectativa de votação em primeiro turno na quinta (6). O acordo foi feito durante reunião com líderes.
Segundo o presidente da Câmara, os deputados farão as contagens de votos junto às bancadas para medir o termômetro de aprovação da matéria. Apesar de não ter sido apresentada pelo governo, a proposta de emenda à Constituição é apoiada pelo Planalto.
Até as 13h desta quarta-feira, o placar de votos na bancada gaúcha apurado pela coluna estava assim:
- A favor - 11
- Contra - 9
- Não decidiu - 7
- Não respondeu - 3
- Não votará - 1
Confira as manifestações dos deputados
Afonso Hamm (PP) - contra
"Meu voto é contra em função desse atropelo, dessa correria que não tem como nivelar, esclarecer, meu voto é pautado nas entidades e elas não estão em condições e recomendando votar. Nós não somos contra a reforma. Há que se fazer uma reforma. A reforma evoluindo, e as entidades se manifestando de forma técnica, aí eu quero o desenvolvimento do país e voto a favor. Mas nesse atropelo, sem profundidade e sem conhecimento profundo, voto contra. Inclusive, eu fiz uma proposição à bancada para votar em agosto. Ficaria bom, quando retorna, tem 30 dias em agosto, conhecendo o texto. Lá na frente construindo entendimento mínimo eu voto a favor. Hoje eu voto contra".
Afonso Motta (PDT) - a favor
Alceu Moreira (MDB) - ainda não decidiu
Conforme a sua assessoria de imprensa, o deputado espera por reuniões para definir o voto.
Alexandre Lindenmeyer (PT) - a favor
Any Ortiz (Cidadania) - ainda não decidiu
Aguarda o relatório final.
Bibo Nunes (PL) - contra
O deputado diz que votará contra a proposta e defende que o partido feche questão pelo voto contrário à reforma. Apesar disso, afirma que pode reavaliar sua posição se houver mudanças no texto.
"Não vai mudar tão fácil, mas melhorando vamos estudar", avalia.
Bohn Gass (PT) - a favor
Carlos Gomes (Republicanos) - não decidiu
"Se houver as mudanças e necessárias e aumentar a transparência, votarei favorável. Esse texto não será votado pois pairam muitas dúvidas, a nossa opinião é de que precisamos discutir ao máximo para tentar votar uma reforma estruturante tendo como objetivo maior a simplificação", afirma o deputado.
Covatti Filho (PP) - não respondeu
Daiana Santos (PCdoB) - a favor
Daniel Trzeciak (PSDB) - não decidiu
À coluna, o deputado disse que aguarda por alterações no texto para tomar a sua decisão.
Denise Pessôa (PT) - a favor
Fernanda Melchionna (PSOL) - a favor
"Essa reforma não vai até a raiz dos problemas, que é reverter uma carga tributária baseada no consumo. Um país extremamente desigual precisava de uma revolução tributária, taxar grandes fortunas, lucros e dividendos, aumentar as alíquotas sobre grandes heranças e isentar as pequenas. A PEC da reforma tributária não traz esses temas, mas traz uma simplificação dos tributos. É importante para diminuir a complexidade, evitar a sonegação. É importante avançar no combate à guerra fiscal. Por essas questões, votamos a favor da reforma", argumenta a deputada.
Franciane Bayer (Republicanos) - não votará
A deputada não votará, pois está em licença para realizar procedimento de saúde. Apesar disso, procurada pela coluna, informou que é contrária à proposta.
Giovani Cherini (PL) - contra
O deputado diz que votará contra, "a não ser que tenha grandes mudanças, principalmente no agro".
"A reforma que está pra ser votada tem muitas dúvidas. Jogaram no lixo 20 anos de discussão na Câmara e trouxeram um monstro. Jogaram fora a criança e estão querendo aprovar a placenta. Precisamos diminuir as despesas. Reforma administrativa e depois reforma tributária. Como diminuir impostos com aumento de gastos públicos? A nossa visão é fazer reforma para diminuir impostos e não fazer reforma para aumentar", explica Cherini.
Heitor Schuch (PSB) - a favor
"Há 30 anos eu ouço os empresários dizerem que nós temos uma legislação fiscal que é coisa para doido, um manicômio. Nós temos duas opções: ou a gente continua e vamos continuar dizendo que não temos competitividade, e a outra opção é votar algo diferente. Esse projeto que está aí não é da esquerda nem da direita, não é do governo, nem da oposição. É o projeto possível de a gente votar. É uma perfeição? Não. Tem setores que vão reclamar. Ou vota agora ou não vota. Ano que vem já tem eleição para prefeito, tem muito deputado pré-candidato nas suas cidades, e isso vai ter influência direta", diz o deputado.
Lucas Redecker (PSDB) - não decidiu
"O relator ainda não apresentou seu parecer final. Não tenho como me manifestar contra ou a favor sem conhecer o texto dele. Acredito que a reforma seja importante, mas esse texto prejudica estados e alguns setores produtivos", afirma o deputado.
Luciano Azevedo (PSD) - não decidiu
"Prefiro examinar o texto que irá a votação, que está sendo construído", explica o deputado.
Luiz Carlos Busato (União) - a favor
"Em princípio, sim. Mas estamos preparando alguns ajustes que faremos propostas", informa.
Marcel van Hattem (Novo) - não decidiu
Aguarda pela versão final do relatório.
Marcelo Moraes (PL) - contra
"A iniciativa do PT com esse projeto é empobrecer o povo e enriquecer o governo, além de centralizar os recursos em Brasília, deixando Estados e municípios à míngua, dependentes do governo federal. Podem até fazer alguma ou outra mudancinha, porém não mudarão seu foco principal. Por isso, voto contra", expõe o deputado.
Márcio Biolchi (MDB) - não respondeu
Marcon (PT) - a favor
Maria do Rosário (PT) - a favor
Mauricio Marcon (Podemos) - contra
"É inegável que o Brasil precisa de uma reforma tributária, mas votar um tema tão importante para o país de forma açodada e sem uma discussão profunda sobre o assunto, deixando dúvidas e temores sobre suas consequências não me parece o caminho correto. Se não houver diálogo e mais consenso sobre o tema, meu voto será 'NÃO'", escreveu o deputado no Twitter.
Osmar Terra (MDB) - contra
Pedro Westphalen (PP) - contra
Pompeo de Mattos (PDT) - não respondeu
Reginete Bispo (PT) - a favor
Sanderson (PL) - contra
"Do jeito que está, acho muito difícil a PEC da reforma tributária ir à votação. Meu voto será contrário, já que o combinado com as lideranças era não haver a aumento de carga tributária. Como haverá aumento, fica impossível votar a favor", diz o deputado.