Pode parecer irrelevante para quem domina a internet, mas para boa parte dos clientes o cardápio digital, aquele em que é preciso ler um QR code, é um transtorno. Adotado na pandemia, para evitar que o cardápio tradicional passasse de mão em mão, o menu digital se incorporou à rotina dos restaurantes, realidade que o deputado Gustavo Victorino (Republicanos) quer mudar com um projeto de lei apresentado na Assembleia.
Por mais irritante que seja o cardápio digital, não é preciso uma lei para exigir que bares e restaurantes adotem o menu impresso. Os próprios donos de bares e restaurantes podem se convencer de que o modelo 100% digital espanta clientes. A lei, para ser cumprida, exigirá punição de quem descumprir. O Estado nem os municípios têm condições de virar fiscais de cardápios.
O projeto proíbe o cardápio exclusivamente digital em bares, restaurantes, lanchonetes, hotéis, entre outros estabelecimentos similares no Estado. Pela proposta, os locais ficam obrigados a disponibilizar cardápio ou menu impresso, em quantidade proporcional a 10% da capacidade de ocupação.
O objetivo, diz Victorino, é oferecer aos clientes a possibilidade de optar por cardápio impresso ou digital, uma vez que a exclusividade desse novo modelo tem criado constrangimentos e transtornos em várias ocasiões, como a obrigação do cliente estar com o celular e a dificuldade de acesso principalmente de pessoas com limitações no manuseio de aparelhos eletrônicos.
Em muitos casos, segundo o deputado, o menu digital não atende a normas mínimas de entendimento, leitura e navegação.