O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Equipados com coletes da Defesa Civil no dia em que o Rio Grande do Sul enfrentou o terceiro ciclone em menos de 30 dias, o governador em exercício Gabriel Souza e o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, se reuniram nesta quinta-feira (13) no Piratini para tratar de três preocupações compartilhadas entre Estado e município.
Sobre a primeira delas, o ciclone, Gabriel colocou a estrutura estadual à disposição de Melo (foto) para enfrentar os estragos causados pelo fenômeno. Os coordenadores da Defesa Civil estadual, Luciano Boeira, e da Defesa Civil de Porto Alegre, Evaldo Rodrigues, acompanharam a agenda.
O segundo tema tratado foi o transporte metropolitano, pauta recorrente do prefeito. Melo é defensor da integração e bilhetagem única do sistema de transporte da Grande Porto Alegre, mudanças que dependem da ação do Estado. O prefeito exemplifica que, pelo modelo atual, um ônibus direto que parte de Novo Hamburgo em direção à Capital não pode pegar passageiros em São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Esteio e Canoas.
— É um sistema irracional e sem nenhum fundamento. Os consórcios é que vão operar, podendo pegar passageiros um do outro. Isso é integração. Não pode ter bilhete de Novo Hamburgo, de Sapucaia, de Viamão. É único - diz Melo.
O tema do transporte metropolitano já é tratado por Gabriel, que montou um grupo de trabalho para apresentar uma proposta provisória (ainda sem licitação) para o sistema até agosto. Paralelamente, a equipe coordenada pelo gabinete do vice-governador prepara um novo modelo permanente (com licitação), ainda sem previsão para ser apresentado.
Outra demanda levada por Melo ao Piratini é a possibilidade de utilizar espaços vazios em escolas estaduais na Capital para acomodar crianças da Educação Infantil. Numa escola com capacidade para 200 estudantes que tenha apenas 100 alunos matriculados, por exemplo, as vagas ociosas poderiam ser utilizadas pelo município.
— Ao invés de construir uma creche, quem sabe a gente faz um convênio para usar aquele espaço. É racionalizar a gestão. Mas nada do ponto de vista pedagógico. Se o Estado tiver alguns espaços para ceder, a prefeitura vai conveniar. Estamos falando só de espaço físico - esclarece Melo.
A secretária da Educação, Raquel Texeira, prometeu estudar a proposta e dar um retorno.