Sem ser um conhecedor da área de educação, o presidente da Assembleia, Vilmar Zanchin, tornou-se um apaixonado pelo assunto desde que escolheu esse tema para nortear seu mandato de um ano. Zanchin programou nove encontros regionais para debater as mudanças necessárias para que a educação avance no Rio Grande do Sul. Na sexta-feira (14), em Santa Cruz do Sul, será realizado o quinto encontro com a comunidade, chegando à metade da jornada.
Os olhos de Zanchin brilham quando fala do que viu e ouviu neste primeiro semestre, em encontro com especialistas e em visita a Estados que têm projetos bem-sucedidos, como Pernambuco, Ceará e Espírito Santo. Brilham também quando detalha o engajamento inédito da Assembleia Legislativa na defesa da educação de qualidade.
— No passado, o tema educação era tratado apenas na Comissão de Educação, e sem um debate profundo. Estamos discutindo os problemas nas diferentes regiões do Estado e buscando soluções para levantar a régua no Estado — disse Zanchin à coluna.
Orgulhoso, o deputado conta que no dia da visita do presidente Lula ao Rio Grande do Sul, no fim de junho, conversou com o ministro da Educação, Camilo Santana, sobre o engajamento dos deputados. O ministro pediu que ele ajude a estruturar um encontro com os presidentes de todas as Assembleias brasileiras, para que repliquem a iniciativa, convencido de que a responsabilidade deve ser de todos os poderes. Camilo será o convidado de honra de no grande encontro que será realizado em Porto Alegre em novembro, encerrando o périplo pelo Interior do Estado.
Embora ainda esteja na metade do caminho, Zanchin já tem clareza de que será difícil obter consenso em relação a iniciativas que deram certo em outros Estados, como a municipalização do Ensino Fundamental, deixando o Estado apenas com o Ensino Médio, e o fim da eleição direta para diretores de escola, com a nomeação de gestores profissionais.
— Precisamos começar pelas convergências — pondera.
Entre as convergências estão a necessidade da alfabetização na hora certa, o uso racional da tecnologia nas escolas e a formação continuada de professores.
A transferência do Ensino Fundamental para os municípios, se um dia ocorrer, passará por um longo período de transição. Há resistência dos municípios e da corporação dos professores, mas o debate precisa ser feito sem preconceitos.