A história de fritura da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, se repete no terceiro governo do presidente Lula. Se no segundo governo o pivô de sua saída foi a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que a colocou em rota de colisão com a então ministra Dilma Rousseff, desta vez a briga é com a Petrobras e com o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira. Não será surpresa se cair antes de a primavera chegar.
A ministra não quer ceder aos apelos para que o Ibama autorize a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas. E alertou:
— Vai fechar todas as portas ao governo Lula.
Em meio ao embate com Marina, Silveira retrucou:
— Embaixador ambiental do Brasil é Lula.
Em nome dos interesses econômicos e comerciais, a ministra, conhecida dentro e fora do Brasil pela defesa do meio ambiente, tornou-se uma pedra no sapato do presidente Lula, que precisa do apoio de deputados e senadores. Boa parte desses parlamentares acha que Marina é muito radical.
A ministra também vê seu ministério ser esvaziado pelo Congresso, na votação da medida provisória que reestruturou a máquina pública. O Ministério do Meio Ambiente foi depenado pelo relator da comissão mista que analisou a matéria. Na comissão, perdeu o Cadastro Ambiental Rural, transferido para o Ministério o da Gestão. Marina critica mudanças na estrutura.
O relatório teve o endosso de parlamentares governistas. Lula terá de intervir se quiser estancar a crise. Marina é uma espécie de avalista da política ambiental e faz sucesso no Exterior por sua história.