Com seu discurso dizendo que a ditadura venezuelana não passa de uma "narrativa", o presidente Lula fez um gol contra aos olhos de outros presidentes da América do Sul, como Gabriel Boric, do Chile, e Luis Lacalle Pou, do Uruguai, Mario Abdo Benítez, do Paraguai, e Guilherme Lasso, do Equador. Os quatro expressaram seu incômodo com a tentativa de Lula de tapar o sol com a peneira no afã de defender o regime venezuelano.
Ditaduras não podem ser relativizadas, sob pena de se legitimar regimes autoritários que se perpetuam pela força, como os da Venezuela, da Nicarágua e de Cuba.
A Venezuela não é diferente de outras ditaduras, onde não se respeitam direitos humanos, não existe liberdade de imprensa e as eleições não são livres. O que vale não é a narrativa de Maduro, mas a realidade em que 7 milhões de pessoas deixaram o país fugindo da fome e das perseguições para tentar sobreviver.
Nesta terça-feira (30), Lula voltou a defender Maduro depois de ter ouvido de seu assessor especial, Celso Amorim, que esteve na Venezuela, que o país vive sob regime democrático.
— Não é possível que não tenha um mínimo de democracia na Venezuela — disse Lula, em mais um sinal de que, nesse tema, está vivendo em um mundo paralelo.