Os recentes episódios de ataques e ameaças a escolas no país fizeram soar o alerta nos prefeitos, que reforçaram as medidas para a segurança de alunos e professores. De acordo com pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM) que ouviu 635 prefeituras de pequeno, médio e grande porte nesta semana, 86% das cidades adotaram novas ações para reforçar a proteção aos espaços escolares.
Ainda que essas providências possam ser custeadas com recursos vinculados à educação, quase metade dos municípios pesquisados (48%) informou que não possui condições técnicas, financeiras e humanas para adotar ou ampliar os protocolos de segurança no ambiente escolar.
Esse dado é motivo de preocupação da CNM. De acordo com a entidade, dos R$ 3,5 bilhões anunciado pelo governo federal para reforçar o enfrentamento à violência nas escolas, somente 15% são de recursos novos. O restante do valor já estava previsto no orçamento do ano.
Com isso, se consideradas apenas as 107 mil escolas municipais em atividade no país, a verba extra representaria cerca de R$ 5 mil por escola.
"Não obstante o fato desses recursos serem insuficientes para realizar as ações necessárias para a segurança no ambiente escolar, tem-se o fato de que esse apoio financeiro não será destinado somente aos municípios e, ainda, não contemplará todos os entes porque dependem de atendimento aos critérios estabelecidos para concorrer a receber os recursos federais", diz a CNM, na conclusão do estudo.