Indicado pelo governador Eduardo Leite para presidir o Banrisul, Fernando Lemos é uma escolha do MDB e tem o aval do vice-governador Gabriel Souza, mas será apresentado ao mercado como uma indicação técnica. É que Lemos já presidiu o Banrisul, de 2003 a 2010, nos governos de Germano Rigotto (MDB) e Yeda Crusius (PSDB). À época do governo Yeda, teve como principal crítico de sua gestão o então vice-governador, Paulo Feijó.
Desde seu ingresso na vida pública, Lemos teve como principal padrinho o ex-senador e ex-governador Pedro Simon, que o escolheu para os primeiros cargos, entre os quais o de diretor do Banrisul. Desta vez, a sabatina na Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa deve seguir o mesmo ritual das indicações para o BRDE e o Badesul, sem dificuldade de aprovação, a menos que surjam fatos novos.
O foco dos deputados será na manutenção do Banrisul como banco público e os planos para financiamento do setor produtivo. Lemos terá de passar também pelo crivo do Banco Central (BC), que leva em conta o passado do indicado como gestor do próprio Banrisul.
Depois de presidir o Banrisul, Lemos foi indicado por Yeda para o cargo vitalício de desembargador do Tribunal de Justiça Militar, no qual poderia continuar até os 75 anos. Como preenche os requisitos para se aposentar, Lemos informou ao MDB que vai encaminhar o pedido de aposentadoria.
No MDB, a saída de Cláudio Coutinho era dada como certa há mais de dois meses. A justificativa era de que o atual presidente foi trazido do Rio de Janeiro para preparar a privatização do banco. Como o candidato Eduardo Leite se comprometeu na campanha a manter o Banrisul público, a permanência de Coutinho teria perdido o sentido.
O desafio de Lemos, se tiver o nome aprovado pelo BC, será melhorar o desempenho do Banrisul e focar nos programas de financiamento do setor produtivo, sobretudo do agronegócio, e no atendimento aos servidores públicos, estaduais e municipais, que recebem salário pelo banco.
Para conhecer os planos do futuro presidente será preciso esperar pela sabatina na Assembleia. Lemos não dará entrevistas antes de ter o nome aprovado pelos deputados.