A apreensão de sete adolescentes por ameaças de ataque a escolas ou comportamento violento em redes sociais deve servir de alerta aos pais e mães que não acompanham o que os filhos fazem quando trancam a porta do quarto ou navegam no celular. É provável que tenham sido surpreendidos com a internação de seus filhos na Fase, um lugar associado a adolescentes que furtam, roubam e matam nas ruas, não aos que planejam crimes no mundo virtual.
Foi graças ao uso da inteligência, com o cruzamento de dados e o monitoramento de redes sociais, que as autoridades da área de segurança chegaram a esses adolescentes e alcançarão outros que eventualmente estejam planejando crimes ou espalhando pânico. Sim, porque criar perfis falsos para espalhar medo nas escolas também é um tipo de delinquência.
O secretário da Segurança Pública, Sandro Caron, lamenta que hoje 70% da energia das polícias esteja sendo consumida na investigação de casos de ameaças a creches, escolas e universidades. Na maioria absoluta dos casos, são alarmes falsos, mas para ter certeza de que não passam de trotes é preciso investigar.
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, Caron fez um apelo aos gaúchos para que não compartilhem mensagens com ameaças. O procedimento correto é denunciar à polícia qualquer comportamento suspeito e repassar mensagens recebidas.
Como as forças de segurança dos Estados trabalham em conjunto, conseguem rapidamente estabelecer conexões e descartar casos em que claramente são fake news, com texto idêntico, mudando apenas o nome da escola que seria o alvo.
Aliás
O aumento do policiamento e todas as medidas de proteção às escolas públicas e privadas são importantes para garantir a tranquilidade e pais, alunos e professores, mas o mais importante é trabalhar por uma cultura de paz e investir em saúde mental.