- O reforço em áreas escolares do RS, que contará com 1,7 mil policiais militares, começa imediatamente, afirmou o secretário da Segurança Pública do RS, Sandro Caron.
- São policiais que atuam em áreas administrativas e que estão de folga.
- O efetivo não estará em todas as escolas ao mesmo tempo, por isso, serão montadas equipes.
- Em casos de confirmação de ameaça, o governo mantém uma conduta imediata: a Polícia Civil ou o MP representam pela internação dos jovens.
O secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Sandro Caron, confirmou que o reforço de 1,7 mil policiais militares anunciado pelo governo do Estado para atuação em áreas escolares já começa imediatamente. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, Caron explicou que os brigadianos vão receber horas extras com recursos autorizados pelo Piratini para garantir a segurança e a tranquilidade de estudantes e famílias durante o horário das aulas.
— Policiais que atuam em áreas administrativas e que estão de folga receberão horas extras para que a gente consiga aumentar o policiamento preventivo nas ruas em todo o Estado. Nós teremos um aumento real de 1,7 mil brigadianos que receberão horas extras para, na folga, trabalharem com ênfase em patrulhamento de áreas estratégicas da comunidade escolar — explicou o secretário.
O efetivo não é suficiente para estar em todas as escolas ao mesmo tempo, por isso serão montadas equipes, que serão divididas por regiões escolares. O efetivo será mantido enquanto as autoridades acharem necessário.
Caron também salientou que as ações de monitoramento de ameaças foram intensificadas com a criação de um gabinete de inteligência instalado na Secretaria da Segurança Pública e que trabalha de forma integrada com a Secretaria Estadual de Educação, Ministério Público, Polícia Federal e outros órgãos de inteligência e segurança. Ele adiantou que já há tratativas de aquisição de mais equipamentos tecnológicos para ampliar o rastreamento.
Em casos de confirmação de ameaça e constatado um alto grau de agressividade, como ocorreu em Maquiné, no Litoral Norte, o governo mantém uma conduta imediata.
— A Polícia Civil ou Ministério Público representa pela internação para que essas pessoas estejam afastadas do convívio social e para que não se tenha um risco de fazer algo — frisa Caron.
O secretário lembrou que espalhar informações falsas, fazer trotes ou promover ameaças geram responsabilidade criminal e punição. Adolescentes que são flagrados fazendo esse tipo de crime podem ser encaminhados para a Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase-RS) e maiores de idade podem ser presos pelas infrações.
— É lamentável que algumas pessoas em todo o Brasil estejam se aproveitando desse momento para criarem perfis falsos em rede social e espalharem falsas notícias de ataque. Isso, infelizmente, vem demandando grande parte da nossa energia, porque, na medida em que essas notícias se espalham, nós temos que fazer uma investigação até que se detecte quem é o responsável — salienta o secretário.
Conforme apuração de GZH, o Estado registrou pelo menos seis casos de adolescentes apreendidos por ameaças e planejamento de ataques a escolas. Há dois casos em Maquiné: um jovem que foi encontrado com material neonazista junto com os pais e foi apreendido na terça-feira (11) após planejar ataque à escola, e um segundo, que a polícia ainda não deu detalhes.
Houve ainda uma situação em Rolante, no Vale do Paranhana, em que um adolescente de 14 anos foi apreendido por administrar uma página em rede social, sendo solicitada a internação.
Em Montenegro, no Vale do Caí, uma adolescente de 14 anos foi internada na Fundação de Atendimento Socioeducativo por ameaças a escolas e por possuir facas e soqueiras. Em São Luiz Gonzaga, nas Missões, um adolescente também foi apreendido e encaminhado à Fase por postar fotos com armas e suspeitas de ameaças. Na casa dele, havia três armas que foram recolhidas.
Em Balneário Pinhal, no Litoral, uma aluna de 11 anos, de uma escola local, foi encaminhada ao Conselho Tutelar por ter na mochila uma adaga e dois martelos.
— Não subestimamos nenhum dado que chega, não podemos pagar para ver — reforçou Caron.
Controle dos pais e importância das denúncias
O secretário ainda fez um apelo para que os pais estejam alertas para os conteúdos que os filhos estão acessando e o tipo de publicação que fazem na internet. Com relação às escolas, o titular da pasta afirmou que as coordenadorias regionais de educação estão recebendo palestras e orientações para melhorar a prevenção. Campanhas de uso responsável da internet também estão no planejamento.
Outro aspecto destacado por Caron foi a importância dos canais de denúncia e de não compartilhar informações em grupos, para evitar a geração de pânico e notícias falsas.
— Eu faço mais um pedido a todos os cidadãos gaúchos: tão logo recebam alguma mensagem com imagem de ataque ou informação de eventual ataque à escola, que não compartilhem em grupos e rede social, e sim que direcionem essa mensagem para o disque-denúncia —orientou.
Casos de suspeita de ataques podem ser denunciados para a Brigada Militar (telefone 190), Polícia Civil (197) e disque-denúncia da SSP (181 ou online), que funcionam 24 horas por dia. O anonimato é garantido.