O jornalista Carlos Rollsing colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Lideranças do Palácio Piratini, do Poder Judiciário e da Assembleia Legislativa, além de entidades da sociedade civil, promoveram nesta segunda-feira (16) ato público em defesa da democracia em frente ao Palácio da Justiça, em Porto Alegre. O evento, organizado pela Associação dos Juízes do RS (Ajuris), foi uma resposta dos três poderes no âmbito estadual ao atentado golpista de radicais de direita.
- O dia 8 de janeiro precisa ser passado a limpo para que tais atos nunca mais ocorram. Devemos isso à memória de ilustres democratas da República. Aos vândalos, saibam: nós jamais recuaremos - afirmou Cláudio Martinewski, presidente da Ajuris.
A presidente do Tribunal de Justiça do RS, desembargadora Iris Helena Medeiros Nogueira (foto), fez manifestação na mesma linha.
- A imposição da vontade da minoria, com emprego da violência, é própria de regimes autoritários que a ninguém interessa. As respostas estão sendo dadas de forma célere, precisa e rigorosa pelas autoridades competentes - discursou a magistrada.
O presidente da Assembleia Legislativa, Valdeci Oliveira, replicou uma das frases mencionadas pelo presidente Lula na solenidade de posse:
- Democracia sempre.
Representando o Poder Executivo, o procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa, afirmou:
– Que este ato sirva de exemplo a todos os demais Estados e que as instituições sigam unidas em defesa daquilo que o povo decidiu nas urnas.
colaborou Bruno Pancot
Incentivo ao golpismo
O deputado federal Marcelo Moraes (PL), cujos assessores e cabos eleitorais promoveram atos antidemocráticos em Santa Cruz do Sul, relativizou e, nas entrelinhas, chancelou o ataque às instituições que aconteceu em Brasília.
No Instagram, ele escreveu: “Por mais que eu não apoie qualquer ato de vandalismo, acredito que algumas vidraças quebradas ainda são menores que os atuais membros do STF invadindo os três poderes, depredando a nossa democracia e roubando a nossa liberdade”.
Em entrevista à rádio Gazeta, ele ainda levantou falsas suspeitas sobre o processo eleitoral.
Sem dispersar
O PT discute a possibilidade de prorrogar por um ano o mandato de todos os presidentes dos seus diretórios municipais, estaduais e nacional. No momento, é considerado provável que isso aconteça, embora ainda dependa de reunião e deliberação do diretório nacional.
O objetivo da prorrogação é evitar disputas internas no PT no primeiro ano do governo Lula, que começou sob tormenta. A avaliação é de que a instabilidade política do país requer unidade e foco total na tarefa de governar. Os atuais mandatos vencem em novembro de 2023 e, sem a prorrogação do processo de eleições diretas (PED), boa parte do ano seria consumida por debates e campanha interna, que costuma ser acirrada.
Treta no PT
O PT de Porto Alegre está em chamas com o movimento de Adeli Sell e correligionários para vetar o retorno de Marcelo Sgarbossa ao partido. Na eleição de 2020, Sgarbossa era do PT e ficou de segundo suplente de vereador. Depois, foi para o PV.
Com dois vereadores do PT subindo para mandatos de deputado estadual, foi aberto o espaço aos suplentes. As vagas ficam com Sgarbossa e Carlos Comassetto. Além de requerer formalmente o veto à direção, Adeli afirma que ingressará na Justiça Eleitoral pedindo que Sgarbossa perca o mandato por infidelidade partidária. Adeli, o seguinte na linha de suplência da legenda, diz que Sgarbossa “abandonou” o PT e está sendo “oportunista”.
Rebote
Marcelo Sgarbossa diz que a volta ao PT ocorre em respeito aos eleitores que votaram nele em 2020. Ele ainda afirma que migrou ao PV com a missão de construir o apoio da sigla à candidatura de Edegar Pretto (PT) ao Piratini. Por fim, Sgarbossa diz que PT e PV são da mesma federação partidária.