O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Contrários à aliança do MDB com Eduardo Leite (PSDB), os ex-governadores Pedro Simon e José Ivo Sartori e o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, lançaram uma petição na internet em que defendem a candidatura própria do partido ao Palácio Piratini. Aberto ao público, o manifesto tinha pouco mais de 400 assinaturas no início da tarde deste domingo (17).
No texto, os líderes emedebistas assinalam que, apesar da concordância no quesito responsabilidade fiscal, há divergências em relação ao governo tucano na avaliação sobre a gestão da pandemia e na "forma de dialogar com a sociedade".
"Na perspectiva do futuro, o próximo governador deve ter como prioridade absoluta o próprio governo do Estado, sem outros objetivos eleitorais. Um governador que honre os compromissos publicamente assumidos", diz trecho da petição, uma (in)direta direcionada a Leite, que voltou atrás na promessa de não disputar a reeleição.
A despeito das resistências internas, a aliança do MDB com o tucano está mais próxima de ser concretizada. A tese da composição tende a ganhar força nesta segunda-feira (18), quando a associação de prefeitos e vices deverá tirar posição formal em favor da aliança com o PSDB.
Por outro lado, um evento da juventude do partido, marcado para sábado (16), em Farroupilha, foi cancelado a pedido do presidente estadual do MDB, Fábio Branco. No ato, em que o pré-candidato Gabriel Souza participaria do principal painel, os jovens planejavam reforçar a mobilização pela candidatura própria.
Oficialmente, Gabriel mantém atividades de pré-campanha e, no final de semana, cumpriu agenda em Bento Gonçalves e Farroupilha e participou da Festa do Peixe em sua terra natal, Tramandaí. Embora sustente publicamente a pré-candidatura, seus adversários internos têm convicção de que o deputado trabalha para ser vice de Leite.
Zombarias
Por se tratar de uma petição aberta, em que qualquer um pode subscrever, inclusive em nome de outras pessoas, o abaixo-assinado lançado por Simon, Sartori e Melo tornou-se alvo de chacotas.
Foram registradas assinaturas em nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de outros líderes do PT e até de pré-candidatos a governador de outros partidos. Todos "apoiando" a tese da candidatura própria do MDB.
Fac-símile
O imbróglio vivido pelo MDB gaúcho é muito semelhante ao enredo protagonizado em Santa Catarina. No Estado vizinho, o partido está dividido entre a candidatura própria liderada pelo ex-prefeito de Jaraguá do Sul Antídio Lunelli e a indicação do vice na chapa do governador Carlos Moises (Republicanos).