Apesar de outros deputados do MDB flertarem com a ideia de uma aliança com o PSDB na eleição para governador, o ex-secretário dos Transportes Juvir Costella foi o primeiro (e único até agora) a defender publicamente o apoio ao ex-governador Eduardo Leite. Na tarde desta terça-feira (5), Costella usou dois tempos de liderança na Assembleia Legislativa para dizer, alto e bom som, que o MDB deve fazer uma reflexão sobre “o que é melhor para o Estado e não para o partido”.
— Não há como negar que o Rio Grande do Sul tem avançado no governo Leite, como avançou com o início das reformas no governo Sartori. Tenho convicção de que o melhor para o Estado é nós, do centro, nos unirmos para evitar retrocesso no caso de se eleger um populista de esquerda e de direita — repetiu Costella em entrevista à coluna.
Como quem tem mandato é candidato natural à reeleição, Costella chegou a colocar a vaga à disposição do MDB, caso o partido discorde de sua manifestação.
— Estou deputado até 31 de janeiro. Sou candidato a um novo mandato, mas posso não concorrer se essa for a vontade do partido. Reitero que não é hora de nos apegarmos a uma tradição, achando que podemos repetir o fenômeno Rigotto, que se elegeu em 2002 saindo de 2% — disse o deputado.
Leite procura Melo
Ao retornar a Porto Alegre, na segunda-feira (4), depois de passar alguns dias com a mãe, em Goiás, o prefeito Sebastião Melo foi surpreendido com um telefonema do ex-governador Eduardo Leite pedindo para conversar. De pronto, marcou um café para esta terça e os dois conversaram por cerca de uma hora.
De acordo com o prefeito, o ex-governador reafirmou o que dissera na véspera, no encontro com o presidente do MDB, Fábio Branco, e com outros líderes do partido: que respeita a decisão do diretório, seja ela qual for, mas entende que o momento é de união.
Melo limitou-se a reafirmar sua opinião favorável à candidatura própria, lembrando que assim decidiu o diretório, e que o escolhido, Gabriel Souza, em nenhum momento manifestou intenção de desistir.
O prefeito também conversou com Gabriel e disse ao deputado que “a bola está com ele”. Que se quiser ser vice de Leite, deve dizer isso com clareza e conversar com o grupo que o escolheu, para que defenda essa tese no diretório.
Sem garantia na convenção
Ainda que o diretório do MDB decida no domingo (10) pela aliança com Eduardo Leite, não há garantia de que a convenção dos 31 de julho referende essa opção. Para efeito legal, vale a convenção.
O vereador Cezar Schirmer já avisou que vai disputar a convenção. O ex-vice-governador José Paulo Cairoli é outro que pode se apresentar como candidato para impedir a aliança com Leite.
A ala bolsonarista do MDB gostaria de indicar o vice de Onyx Lorenzoni (PL), mas essa proposta também não passaria na convenção.