De molho e quase sem voz por causa de uma faringite, o pré-candidato do PSB a governador, Beto Albuquerque, disse em tom de desabafo que o PT não conhece a palavra reciprocidade e que está “escolhendo o caminho do isolamento”. Beto refere-se à decisão de Márcio França (PSB) de desistir da candidatura a governador em São Paulo, para apoiar Fernando Haddad (PT), que lidera todas as pesquisas de intenção de voto. França concorrerá ao Senado.
— Em uma relação honesta, séria, o gesto do Márcio deveria ter reciprocidade aqui no Rio Grande do Sul. É um pedido do Márcio, inclusive. Eu e ele estamos juntos no PSB desde 1986 — disse Beto à coluna.
O ex-deputado reclama que o PT nacional diz que não quer mais se meter nas decisões regionais e se desinteressou pelo caso do Rio Grande do Sul:
— Isso é dar uma alta chance para o azar num Estado em que o Lula está perdendo a eleição. Não ter um palanque forte aqui vai prejudicar o desempenho do presidente. Ele não pode se achar o campeão em tudo. Acho que ele tinha de ter coragem de decidir entre eu e o Edegar (Pretto). Eu sigo recorrentemente na frente do Edegar nas pesquisas.
Pelo tom, Beto perdeu a esperança de ter o apoio do PT, mas diz que não vai desistir da candidatura e, na próxima semana, terá um encontro decisivo com o PDT:
— Nossa relação com o PT não é boa nacionalmente. Tem muita gente indignada (no PSB) com o descaso do PT, que só pensa em resolver seus problemas e não pensa no aliado que topou filiar Geraldo Alckmin para que ele fosse vice. Isso não muda nada no meu cenário. Continuo conversando com outros partidos e na próxima semana terei um encontro decisivo com o PDT, porque temos condições de construir uma aliança viável.
Não é pelo dinheiro
O interesse de Eduardo Leite na coligação com o União Brasil (UB) não tem a ver com o dote do partido, campeão de recursos do fundo eleitoral. Interessa mesmo é o tempo de rádio e TV, para divulgar as “novas façanhas” de seu governo. Dinheiro o PSDB dará.
Leite tem convicção de que o dinheiro do União Brasil irá para o financiamento dos candidatos a deputado estadual e federal.
Todos os partidos querem aumentar as bancadas porque é o número de deputados federais e estaduais que serve de base para o cálculo de quanto cada um vai receber do fundo eleitoral e do fundo partidário.