Entre elogios mútuos e troca de afagos, o deputado Edson Brum (MDB) foi sabatinado nesta quinta-feira (7) pela Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa. Brum, que ocupa a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, foi indicado para assumir a vaga aberta no Tribunal de Contas do Estado (TCE) com a aposentadoria de Algir Lorenzon.
Líder da bancada do MDB e autor do requerimento que indicou Brum ao TCE, o deputado Carlos Búrigo destacou a satisfação por indicar o colega de partido, que classificou como "experimentado no serviço público".
— Quero sublinhar a competência do Edson. Ele foi presidente desta Casa em um momentos mais difíceis, de embate com os projetos que foram votados, e teve competência de conduzir os trabalhos com muita tranquilidade — elogiou Búrigo, fazendo referência à gestão de Brum em 2015.
A oposição seguiu na mesma linha. O deputado Luiz Fernando Mainardi (PT) citou as diferenças ideológicas com Brum, mas destacou o "vasto conhecimento e a larga experiência" do emedebista. Brum respondeu ao afago relembrando dos embates que teve com o petista na tribuna e nas comissões, "sempre com muito respeito".
O único questionamento mais duro partiu do deputado Giuseppe Riesgo (Novo), que criticou a indicação política de Brum para o TCE. Riesgo sustentou que o nome escolhido deveria ter "perfil técnico" e perguntou ao deputado do MDB se ele terá independência para atuar no tribunal de contas. O deputado do Novo citou iniciativas de Assembleias Legislativas de outros Estados que, segundo ele, lançam editais para preencher indicações para os tribunais de contas.
— Aparentemente existe um acordo entre as maiores bancadas para que tenha uma alternância, cada uma indicando um deputado de cada vez. Me parece que o TCE deveria ter perfil essencialmente técnico e independente do jogo político-partidário — disse Riesgo.
Brum defendeu a sua indicação para o TCE e disse que irá se declarar impedido em futuros julgamentos, caso considere necessário:
— A indicação para conselheiro é feita pela Assembleia porque está em lei. O TCE é independente. Eu passo para a magistratura e não posso ter filiação partidária — argumentou.
Votação
Mainardi foi escolhido como relator da indicação de Brum ao TCE. O deputado do PT deverá apresentar o parecer na próxima quinta-feira (14). A expectativa é de que a votação do relatório ocorra já no dia 14 ou, então, no dia 28. As reuniões da Comissão de Finanças ocorrem sempre às quintas-feiras e dia 21 é feriado de Tiradentes.
Após a votação na comissão, a indicação de Brum terá de ser referendada também pelo plenário.