O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
A cerimônia de filiação do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin ao PSB dissipou qualquer dúvida de que o ex-tucano está disposto a ocupar o lugar de vice na chapa presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Antigo adversário do PT em São Paulo, Alckmin foi duas vezes candidato a presidente pelo PSDB, em 2006 e em 2018. Na primeira, foi derrotado por Lula no segundo turno.
No discurso de 14 minutos após assinar a ficha em seu novo partido, Alckmin disse que Lula é hoje "aquele que melhor reflete e interpreta o sentimento de esperança do povo brasileiro".
— Aliás, ele representa a própria democracia, porque ele é fruto da democracia - completou.
O paulista não confirmou que o acordo para ser vice está fechado, visto que o PT e o PSB devem preparar uma cerimônia específica para anunciar a chapa, mas as suas manifestações e de seus correligionários deram a entender que, na prática, o acordo está selado.
Pré-candidato a governador do Rio Grande do Sul e dirigente nacional do PSB, o ex-deputado Beto Albuquerque esteve em Brasília para prestigiar a filiação e disse que o ato foi uma demonstração de força do partido. Além de Alckmin, assinaram ficha no PSB o vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão (ex-PSDB), que concorrera ao governo, e o senador Dário Berger (ex-MDB), pré-candidato ao governo de Santa Catarina.
No RS, PT e PSB ainda não resolveram se concorrerão unidos ou separados. No ato de filiação de Alckmin, Beto conversou com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para que os partidos intensifiquem o diálogo.
— Assim como estamos fazendo um gesto para fortalecer a candidatura do Lula e ampliar o leque político de apoio, também imaginamos que isso deva acontecer nos estados por parte do PT — disse o pré-candidato.
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