Nascido e Marau e tendo vivido boa parte da infância no interior de Santa Catarina, o prefeito de Caxias do Sul, Adiló Didomenico (PSDB), enfrentou todas as dificuldades de um jovem do campo para estudar: ia à aula de pés descalços, frequentava uma escola em que os alunos do 1º ao 5º ano dividiam a mesma sala e a professora do primário mal sabia português.
Quando chegou a Caxias, com 17 anos, tinha apenas o ginásio, equivalente ao Ensino Fundamental, mas trabalhou, estudou e chegou à universidade. Por esse passado e pela convicção de que a educação é a base do desenvolvimento, ao assumir a prefeitura, Adiló elegeu esta como uma das áreas prioritárias.
Para recuperar o tempo e os conteúdos perdidos em 2020 e 2021, a Secretaria da Educação começou a agir ainda durante as férias. A avaliação realizada em parceria com a Universidade de Juiz de Fora mostrou dificuldades severas, principalmente em língua portuguesa e matemática. Os 900 alunos com maiores problemas participaram do programa Ver Verão, desenvolvido em 13 escolas, para recuperar o que não haviam aprendido.
A prefeitura nomeou 120 professores concursados para reforçar as equipes e recuperar os atrasados. As escolas estão recebendo 7 mil chromebooks, mesas interativas para Educação Infantil, acesso a 30 mil títulos das bibliotecas virtuais Árvore de Livros e O Elefante Letrado e internet patrocinada para todos os alunos.
— Não podemos esperar 10 anos para recuperar o que eles não aprenderam e perder uma geração — justifica o prefeito, que na pandemia foi um dos maiores defensores da retomada das aulas presenciais.
Adiló é do time que considera a escola o lugar mais seguro para as crianças. Diz que se entristecia de ver as escolas fechadas e os adolescentes na rua, convivendo com marginais.
Nesta sexta-feira, quando as aulas serão retomadas nas 83 escolas de Ensino Fundamental e 48 de Educação Infantil de Caxias, 100% em modo presencial, a rede municipal, que tinha 42 mil alunos estará com 44 mil. Esse aumento nada tem a ver com taxa de fertilidade, mas com empobrecimento. O prefeito explica:
— A pandemia provocou efeitos devastadores na economia. Pessoas que trabalhavam nos setores mais afetados ficaram sem renda e tiveram de tirar os filhos dos colégios privados e colocar nas escolas públicas. De repente, brotaram 2 mil crianças na rede.
No ano passado, Adiló estranhou ao ver nas escolas municipais alunos usando uniforme de colégios privados. Descobriu que eram os “filhos da crise”, egressos de escolas que os pais já não podiam bancar. Para este ano, adotou o uniforme — fornecido pela prefeitura — para todos os alunos, uma forma de igualar a todos e evitar constrangimentos. O kit uniforme contém camiseta manga longa, camiseta manga curta, calça e jaqueta meia estação, tênis, meias, e para enfrentar rigoroso de Caxias, jaqueta e calça forradas.
Aliás
Se de um lado as escolas municipais de Caxias ganharam dois mil alunos a mais, outros mil simplesmente sumiram durante a pandemia. Para reintregrá-los à escola, a prefeitura vai fazer busca ativa em parceria com a Unesco.
Com Leite em qualquer partido
Se Eduardo Leite for candidato a presidente pelo PSD, terá o apoio irrestrito do prefeito de Caxias do Sul, Adiló Didomenico, e da vice-prefeita Paula Ioris, ambos do PSDB.
— Já avisei que para João Doria não faço campanha —diz Adiló, um gringo sem meias palavras.
Adiló está em busca de um candidato capaz de quebrar a polarização entre o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro, e acha que Leite é "o cara".
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