Com as férias do governador Eduardo Leite, nos próximos sete dias, o governo do Rio Grande do Sul estará sob comando do vice-governador Ranolfo Vieira Júnior, que também é secretário da Segurança Pública. Em seu perfil no Twitter, Ranolfo escreveu: “De hoje até 03/01, assumo como governador em exercício. Fique tranquilo @EduardoLeite_, aproveite o merecido descanso enquanto seguimos focados nas ações e agendas do nosso governo. Trabalho sincronizado, como sempre. Nos encontramos em 2022, para mais um ano de colheitas”.
Leite reassume o mandato no dia 3. Dois dias depois, ele e Ranolfo se afastam do Estado para que se cumpra a tradição, e o presidente da Assembleia, Gabriel Souza, tenha a oportunidade de ocupar o cargo mais importante do RS. Gabriel ficará no Piratini até 7 de janeiro.
— É uma gentileza tradicional do governador e do vice com o presidente da Assembleia, que acontece todos os anos, mas de grande valor simbólico para celebrar a harmonia entre os Poderes que mantivemos nessa legislatura até aqui — diz Gabriel sobre sua gestão de apenas três dias.
Se depender da vontade de Eduardo Leite, Gabriel Souza será o candidato do MDB a governador, com apoio do PSDB. Nas entrevistas que deu à Rádio Gaúcha e a GZH, o governador foi explícito no apoio ao presidente da Assembleia.
Sempre ressaltando que não cabe a ele escolher o candidato do MDB, Leite enumerou os motivos pelos quais considera Gabriel Souza a pessoa capaz de defender o legado dos dois últimos governos. Lembrou que Gabriel foi líder do governo Sartori e defendeu as reformas propostas naquele período, que acabaram se materializando na gestão atual, com o apoio do MDB. Acrescentou que, nestes três anos, o deputado esteve muito próximo do Piratini e acompanhou a construção dos acordos para a votação de projetos polêmicos e para a participação do MDB no governado.
Gabriel considerou as entrevistas "muito esclarecedoras":
— Expõem o quanto ele entende importante a aliança com o MDB para manter o projeto que vem desde 2015 em curso. Mostra grandeza dele que admite, inclusive, a apoiar um candidato de outra sigla em nome desse projeto. Não é para qualquer um.
O que Leite não disse e o MDB também não admite é que, concorrendo separados, a chance de chegar ao segundo turno cai bastante. Pesquisas encomendadas por diferentes partidos mostram que, separados, MDB e PSDB são frágeis e dividem o eleitorado de centro. De um lado, o governo de Jair Bolsonaro tem dois candidatos: Onyx Lorenzoni (PL) e Luis Carlos Heinze (PP). Do outro, o ex-presidente Lula, líder nas pesquisas, deve ter em seu palanque Edegar Pretto (PT) e Beto Albuquerque (PSB).