Em pleno recesso parlamentar e entre dois feriadões, o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, considerou expressivo o quórum de 23 deputados que se postaram diante do computador ou do celular para ouvir a mensagem de fim de ano do governo:
— Queríamos agradecer e dividir com a base do governo o desfecho do processo de adesão ao regime de recuperação fiscal, mantendo o respeito e o diálogo.
De seu gabinete no Palácio Piratini vazio, Lemos conversou com os deputados sobre o longo caminho percorrido para se chegar ao que parecia impossível: a adesão ao regime, garantida pela aprovação de múltiplas leis, algumas impopulares, idas a Brasília, avanços e recuos.
De outro ponto, o secretário da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso, detalhava as implicações do acordo. Como as restrições impedem a aprovação de planos de carreira de servidores, por exemplo, entre a adesão e a homologação, prevista para a metade do ano, é praticamente certo que a Assembleia será convocada para sessões extraordinárias em janeiro. No segundo semestre, praticamente nada de relevante será votado, seja pelas restrições da legislação eleitoral, seja porque os deputados estarão focados na eleição.
Hoje, o governador Eduardo Leite interrompe as férias para detalhar os impactos ao Conselho de Estado (chefes dos outros poderes e órgãos autônomos) e à imprensa.
A Ciro o que é de Ciro
Deve-se ao ex-deputado Ciro Simoni, hoje presidente do PDT, a emenda que acabou com o jetom nas convocações extraordinárias da Assembleia Legislativa.
A emenda foi aprovada em 2004, contrariando o desejo de parte dos parlamentares, que achavam justo o pagamento extraordinário quando trabalhavam no recesso.
No passado, o pagamento do jetom ocorria não só quando os deputados eram convocados pelo governador, mas também quando se autoconvocavam para votar projetos que haviam ficado para trás.
Hoje, a Assembleia do Rio Grande do Sul é uma das mais econômicas do Brasil.