O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
De passagem pelo Rio Grande do Sul, faltando cinco dias da prévia do PSDB, o governador de São Paulo, João Doria, falou sobre a viabilidade da terceira via e afirmou que está conversando com o ex-ministro Sergio Moro. O ex-juiz se filiou ao Podemos na última quarta-feira (10), mas ainda não indicou se irá concorrer à Presidência.
— Tenho conversado com o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro. Nós somos amigos, antes do meu ingresso na política e antes do ingresso dele na política. Não indicou com clareza qual posição vai disputar, se a Presidência da República, se uma vice-presidência da República ou mesmo uma posição ao Senado. Estamos dialogando, sim, e continuaremos esse bom diálogo. Vejo como um personagem importante para construir a terceira via — afirmou.
Doria voltou a dizer que a terceira via “tem toda a possibilidade” de crescer e vencer a eleição presidencial. O governador paulista citou a vitória do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1994, que um ano antes não era nem citado nas pesquisas e, mesmo sendo ministro de Itamar Franco, começou com 3% de intenções de voto. Lembrou também da vitória do presidente Jair Bolsonaro em 2018:
— Um exemplo triste, quem imaginaria que Jair Bolsonaro seria eleito presidente da República 10 meses antes do pleito de 2018?
O tucano defendeu as privatizações da Petrobras, do Banco do Brasil e dos Correios. Doria disse que irá propor a criação de um fundo mantido pelas empresas que vencerem o leilão da Petrobras para bancar a elevação do preço dos combustíveis em momentos de crise:
— Vamos colocar a Petrobras em várias empresas para que possa ser disputada em bolsa. Vamos privatizar o Banco do Brasil. Não há necessidade de dois bancos públicos.
Disputa no PSDB
Doria elogiou a realização de prévia pelo PSDB e disse que o partido sairá unido após o processo de escolha do pré-candidato à Presidência. Afirmou que representantes do governador Eduardo Leite pediram o adiamento da prévia, o que motivou a sua reação em conjunto com o outro candidato que disputa a preliminar, Arthur Virgílio:
— Não falamos sobre isso (no encontro no Piratini), até porque é um assunto superado. Nós não somos antagonistas, nós disputamos uma prévia. Podemos ter posições distintas, mas a direção é a mesma: proteção à democracia, à liberdade, geração de empregos.
O governador de São Paulo reclamou da forma de contagem de votos na prévia, em que os votos de vereadores, prefeitos e deputados têm maior peso do que os eleitores comuns. Disse que espera que o resultado da prévia saia no início da noite de domingo (21):
— Confesso que a minha ideia era de que tivéssemos urna eletrônica e desejava que cada voto valesse um voto, como foi em 2016 e 2018.
Depois da entrevista coletiva com jornalistas, o governador paulista seguiu para um jantar com aliados, políticos e filiados do PSDB no Hotel Plaza San Rafael. Ele deve retornar a São Paulo ainda nesta terça-feira.