Às vésperas da prévia que escolherá o candidato do PSDB a presidente, os governadores Eduardo Leite (RS) e João Doria (SP) tentarão virar votos ou conquistar os últimos indecisos, porque já não há tempo para convencer filiados a votarem. O prazo para se cadastrar no aplicativo de votação terminou nesta segunda-feira (15). A previsão é de que cerca de 40 mil tucanos votarão na prévia do próximo domingo (21).
Como o voto de quem tem mandato pesa mais do que os de filiados comuns, é difícil fazer previsão sobre quem será o vencedor. Leite arrisca apenas um palpite: ganhe quem ganhar, será um resultado apertado.
Entre os que têm mandato, praticamente todos se inscreveram para votar. São cerca de 4 mil vereadores, 900 prefeitos e vices, 71 deputados estaduais e mais 50 deputados federais, senadores e governadores, além de dirigentes partidários e entre 30 mil e 35 mil filiados sem mandato.
A expectativa é de que o resultado seja conhecido ao final da tarde de domingo, depois de uma avaliação da empresa de auditoria contratada pelo PSDB para atestar a integridade do sistema de votação. Diferentemente da urna eletrônica, em que o eleitor vota em uma máquina sem conexão com a internet, na prévia tucana a votação é online. O cadastramento no aplicativo só foi possível para quem se filiou até 31 de maio.
A divulgação do resultado será feita por grupos de eleitores e não por Estado. Não se saberá, por exemplo, quantos votos Doria fez no Rio Grande do Sul ou quantos Leite conquistou em São Paulo.
No final da tarde de terça-feira (16), Doria virá ao Rio Grande do Sul para tentar conquistar algum apoio de tucanos gaúchos, já que a maioria fechou com Leite.
— É legítimo que ele (Doria) tente buscar apoio no Rio Grande do Sul, assim como eu espero ter votos em São Paulo — disse Leite à coluna.
O governador gaúcho irá ao Rio de Janeiro para entrevistas com jornalistas do centro do país. Doria convidou a imprensa gaúcha para uma conversa às 18h, no Hotel Plaza São Rafael.
Passada a prévia, o PSDB terá de curar as feridas provocadas por uma disputa acirrada. Se o perdedor não tiver grandeza para apoiar o vitorioso, a prévia que poderia ser uma vitrine para exposição das ideias dos tucanos se transformará num gol contra capaz de enterrar o projeto político do PSDB antes da hora. Os adversários estão à esquerda, à direita e no próprio centro. Se tiverem inimigos na trincheira, os tucanos terão de se contentar com o papel de coadjuvantes.