O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Apresentado pelo governador Eduardo Leite aos prefeitos em uma videoconferência no dia 1º de março, com o indicativo que começaria a tramitar na Assembleia nas semanas seguintes, o projeto de lei que inclui o desempenho na educação como um dos critérios de repasse do ICMS aos municípios do Rio Grande do Sul ainda não foi encaminhado ao Legislativo. O governo do Estado segue tratando do assunto internamente, mas não fez novos movimentos públicos para debater a iniciativa e não estipula prazo para protocolar o projeto.
A proposta trabalhada pelo Piratini prevê que 20% do montante repassado aos municípios a título de ICMS estará sujeito à melhoria no desempenho do ensino, 10 pontos percentuais a mais do que o mínimo previsto na lei do novo Fundeb, aprovada no ano passado. A aplicação do novo modelo começaria a partir de 2023, com um período de transição até 2027. Para que o sistema seja colocado em prática, serão criados dois índices de avaliação que incluem os critérios para a alocação dos recursos.
De acordo com o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, o governo está avaliando as sugestões recebidas dos prefeitos para eventuais alterações no projeto. Ele evita estipular um prazo para que a iniciativa chegue à Assembleia:
— A gente continua debatendo internamente e, no momento adequado, a secretária Raquel Teixeira (de Educação) vai solicitar que o projeto seja protocolado.
Lemos rejeita a ideia de que o assunto tenha sido deixado em segundo plano pelo governo.
— Se fosse algo de aplicação imediata, poderíamos pensar dessa forma, mas é um projeto para a aplicabilidade de médio e longo prazo, que depende de transição e adequação — diz o secretário.
A prática de incluir a educação entre os critérios de distribuição do ICMS é inspirada em uma política adotada no Ceará desde a década passada, para "premiar" as prefeituras que conseguem melhorar o nível de aprendizado de seus estudantes nas redes municipais. De 2009 a 2019, o Estado nordestino passou da 19ª para a segunda posição no ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no Ensino Fundamental.
A determinação para que os Estados utilizem a evolução nos índices de ensino como critério para o repasse de ICMS consta na lei do novo Fundeb, sancionada em dezembro de 2020. Desde então, as unidades federativas têm dois anos para se adaptar.
Experimente um jeito mais prático de se informar: tenha o aplicativo GZH no seu celular. Com ele, você vai ter acesso rápido a todos os nossos conteúdos sempre que quiser. É simples e super intuitivo, do jeito que você gosta.
Baixe grátis na loja de aplicativos do seu aparelho: App Store para modelos iOS e Google Play para modelos Android.