A frustrada votação da reforma da previdência dos servidores de Porto Alegre teve como subproduto uma crise envolvendo o presidente da Câmara, Márcio Bins Ely (PDT), acusado de omissão por não ter pedido reforço da segurança. Um documento com assinatura de 19 vereadores foi protocolado na Câmara, com cópia para o Ministério Público, pedindo providências para garantir o acesso dos parlamentares ao plenário.
O ofício foi encaminhado depois que pelo menos cinco vereadores foram alvo de manifestantes contrários à reforma que tentaram impedir seu ingresso na Câmara. A Guarda Municipal confirmou que não houve pedido do presidente da Casa para reforçar a segurança.
O vereador Felipe Camozzato (Novo) relata que manifestantes se jogaram sobre o capô do carro de José Freitas (Republicanos) e tentaram impedir a vereadora Mari Pimentel (Novo) de entrar no estacionamento. O grupo a acusou de “jogar o carro para cima deles", sendo que ela até desceu do automóvel para pedir que a deixassem passar. O próprio Camozatto teve de deixar o carro do lado de fora.
Testemunhas contam que Mari ficou pelo menos meia hora até conseguir passar pela barreira e que abriu a janela do carro para ouvir o que os sindicalistas tinham a dizer.
Ainda de acordo com o relato de Camozzato, a vereadora Tanise Sabino (PTB) desistiu de entrar na Câmara depois de 20 minutos trancada, sem perspectiva de ter o caminho desobstruído. Além de Freitas, o vereador Clàudio Janta (Solidariedade) ficou mais de 15 minutos esperando até conseguir entrar.
— Um dos meus assessores foi ameaçado de ser esfaqueado ou agredido — disse Camozzato à coluna.
A omissão em relação à segurança poderá ser usada como pretexto para a destituição de Bins Ely, ameaça reiterada nos últimos dias por aliados do prefeito Sebastião Melo que não admitem a oposição do PDT ao projeto de reforma da Previdência.
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