Vítima de um dos casos mais escabrosos de violência doméstica na história do Rio Grande do Sul, Bárbara Penna assumiu na tarde desta segunda-feira (17) uma cadeira na Câmara Municipal de Porto Alegre. Primeira suplente da bancada do Republicanos, Bárbara tomou posse no lugar do vereador Alvoni Medina, que está em licença saúde do dia 17 a 23 de maio. Na eleição de 2020, ela concorreu a vereadora e fez 3.814 votos.
Em novembro de 2013, aos 19 anos e com dois filhos pequenos — Isadora, de 2 anos e 7 meses e Henrique, de três meses — Bárbara decidiu acabar o relacionamento com o companheiro. Por não aceitar o término da relação, ele a agrediu até que desmaiasse. Enquanto estava desacordada e as crianças dormiam, ele encharcou o corpo da companheira com álcool e jogou um palito de fósforo aceso, incendiando também todo o apartamento.
Com o corpo em chamas e clamando por socorro na janela do prédio onde estava, Bárbara foi empurrada do terceiro andar e levada para o hospital em estado gravíssimo. As duas crianças morreram queimadas. Ela sobreviveu e passou e decidiu se dedicar ao trabalho com vítimas da violência contra a mulher. Criou o Instituto Bárbara Penna, que oferece suporte virtual e pessoal para mulheres, vítimas ou não, com atendimento psicológico, jurídico e assistencial, cursos profissionalizantes, palestras encaminhamento para emprego.
Ao assumir como vereadora, Bárbara disse que, apesar de todo o sofrimento que enfrentou, quer continuar trabalhando para ser um exemplo de resistência para toas as mulheres:
— Agradeço a todos os meus eleitores que acreditaram em minhas propostas, tendo como bandeira a causa das mulheres contra o feminicídio que também é considerada como uma pandemia.
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