Partiu do presidente da Assembleia Legislativa, Gabriel Souza (MDB), a iniciativa do café da manhã que reuniu nesta terça-feira (30) o governador Eduardo Leite e o prefeito Sebastião Melo no Palácio Piratini. O agravamento da tensão, na sexta-feira passada, quando Melo resolveu desafiar o decreto estadual e adotar regras mais brandas para o comércio em Porto Alegre, fizeram soar o alerta na cabeça de Gabriel: ninguém teria a ganhar com o conflito.
Na segunda-feira (28), o deputado ligou para Melo e perguntou se ele autorizava que propusesse uma conversa com Leite. Diante da resposta afirmativa, o presidente da Assembleia aproveitou a solenidade em que foi selado o acordo entre os poderes para repassar recursos à saúde e sugeriu o encontro ao governador. Poderia ser um café da manhã, um almoço ou um jantar.
Na frente de Gabriel, Leite ligou para Melo e combinaram o café, que teve o deputado como “algodão entre os cristais” e o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, como observador. O prefeito reclamou das restrições impostas pelo Estado para conter a circulação de pessoas, reafirmou sua tese de que o comércio não é fator de aumento das contaminações e entregou um documento detalhando os prejuízos à economia.
Leite puxou seu tablet e apresentou os gráficos que mostram o comportamento da curva epidemiológica e que, no entendimento do comitê científico que assessora o governo, se justificam as restrições válidas até 4 de abril, com o fechamento de todo o comércio não essencial no feriadão.
O governador convidou o prefeito para participar de reuniões do comitê de crise, que toma das decisões, representando não apenas a Capital, mas os municípios da Grande Porto Alegre. Melo, que nos próximos dias assumirá a presidência da Associação dos Municípios da Região Metropolitana (Granpal), disse que antes de aceitar o convite precisaria ouvir os prefeitos dos demais municípios da região, que responde por 30% da população do Rio Grande do Sul. E reiterou o convite para que Leite visite a prefeitura.
Desanuviado o clima, a expectativa de Gabriel é de entendimento em relação ao enfrentamento da pandemia:
— Participando do mesmo fórum e conhecendo os dados que embasam as decisões, um pode convencer o outro do seu ponto de vista.
O fim de semana passada mostrou que, se quiser reduzir as restrições na Capital, Melo não tem outro caminho fora do entendimento com o Piratini: em duas decisões (1º e 2º graus), a Justiça referendou a interpretação do Ministério Público de que em situação de emergência sanitária, o município não pode adotar medidas menos restritivas do que as previstas no decreto estadual.
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