No Brasil, todos sem máscara, sorridentes, posando para foto com o presidente Jair Bolsonaro. Na chegada a Israel, todos de máscara. Essas duas fotos da missão diplomática brasileira que embarcou sábado para Israel em busca de acordos para compra de vacinas e medicamento são emblemáticas da forma com a qual os dois países tratam a prevenção ao coronavírus.
Em território nacional, os integrantes do governo Jair Bolsonaro resistem às máscaras, estimulados pelo presidente, que não costuma utilizar o equipamento de proteção recomendado por médicos do mundo inteiro e não raro critica quem usa. Em Israel, a máscara é obrigatória. O país que proporcionalmente mais vacinou até agora vê a situação melhorar dia a dia e adota normas muito rígidas de prevenção. Além de ter optado pelo lockdown no período mais crítico e mantido boa parte das restrições mesmo quando os casos começaram a cair.
Israel está imunizando a população com a vacina da Pfizer, enquanto seus cientistas desenvolvem um imunizante próprio. Fechar acordos para comprar a vacina que será produzida por Israel é um dos motivos da viagem da comitiva liderada pelo chanceler Ernesto Araújo, que cometeu uma gafe no evento de boas vindas realizado pelo Ministério das Relações Exteriores: tentou fazer o que faz no Brasil e foi intimado a colocar a máscara.
O outro motivo da viagem é conhecer um spray que está sendo testado para melhorar a condição respiratória de pacientes com covid. Os estudos ainda são preliminares.
O jornalista Guga Chacra, da GloboNews, informou neste domingo à noite, citando o Times of Israel, que a comitiva brasileira não recebeu autorização para visitar o hospital onde estão sendo realizadas as pesquisas iniciais com o spray nasal. O grupo, do qual faz parte o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente da República, só poderá sair do hotel onde todos estão confinados, na se encontrar com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.