Adiantada pela coluna no dia 10 de janeiro, a escolha de Artur Lemos, atual secretário do Meio Ambiente de infraestrutura para a chefia da Casa Civil foi confirmada nesta terça-feira (2) pelo governador Eduardo Leite. Lemos substitui Otomar Vivian, que ocupava o cargo desde o início do governo, pediu para sair e assumirá a diretoria de Planejamento do BRDE tão logo seu nome seja aprovado pela Assembleia Legislativa e pelo Banco Central.
Leite confirmou também a permanência do deputado Frederico Antunes na liderança do governo na Assembleia.
O substituto de Lemos ainda não está definido. Por enquanto, fica no cargo o secretário adjunto, Paulo Pereira. A reforma do secretariado, desencadeada com a saída de Otomar e do secretário de Parcerias Estratégicas, Bruno Vanuzzi, substituído por Leonardo Busatto, deve se completar nas próximas duas semanas.
— Tem algumas peças que preciso aguardar entender se vão se movimentar em função da eleição da Câmara e cenário nacional — disse Leite à coluna.
O governador justificou assim a escolha de Lemos:
— Ele é habilidoso politicamente, tem experiência na Assembleia, na coordenação da bancada, e é disciplinado e preocupado com gestão. Gosta, como eu, de trabalhar sobre planilhas e dados.
Ele é habilidoso politicamente, tem experiência na Assembleia e é disciplinado
EDUARDO LEITE
Sobre o novo chefe da Casa Civil
Nesta quarta-feira (3), Lemos acompanhará Leite na posse do novo presidente da Assembleia, Gabriel Souza (MDB), já na condição de chefe da Casa Civil. Às 8h, ele se reunirá com Otomar, para receber o cargo. Nos próximos dias haverá uma solenidade de posse, com a presença de líderes políticos.
De certa forma, Leite quebrou um paradigma ao escolher para a Casa Civil um homem que jamais concorreu a vereador, prefeito ou deputado. Reza a tradição que a articulação política seja feita por alguém com experiência no Legislativo, e Lemos é um técnico que passou os últimos anos envolvido com questões ambientais e de infraestrutura do setor elétrico. Ganhou visibilidade como defensor da privatização da CEEE, da Sulgás e da CRM, estatais que deverão ser vendidas neste ano, depois de a Assembleia ter derrubado a exigência de plebiscito.
Antes de escolher o nome, Leite definiu o perfil para a Casa Civil. Deveria ser alguém afinado com as suas ideias de gestão, naturalmente, bom trânsito na Assembleia e com foco nas entregas que a sociedade espera do governo. Quando questionado, dizia que a afinidade era mais do que necessária, porque no seu caso, que mora no Palácio Piratini, o chefe da Casa Civil é o secretário com quem mais convive.
Os dois se tornaram próximos na campanha eleitoral e estreitaram relações na transição, quando Lemos coordenou o eixo de Desenvolvimento e acabou escolhido secretário de Meio Ambiente e Infraestrutura.
Lemos não considera empecilho o fato de não ter sido deputado nem prefeito:
— O importante é manter um relacionamento político qualificado com a Assembleia. Posso compensar a falta de experiência política com o preparo técnico para entregar o que os deputados e a sociedade esperam de nós.
Reconduzido ao cargo de líder, Frederico Antunes disse que sua meta é seguir colaborando com o governo, agora com a parceria de Artur, com quem tem uma boa relação há anos:
— Nosso desafio é manter os 100% de aproveitamento nos projetos enviados pelo Executivo à Assembleia e votados pelos deputados.
Quem é Artur Lemos
Advogado formado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Artur Lemos Júnior tem especialização em Direito do Trabalho e Processual do Trabalho e MBA em Governança Corporativa e Gestão de Risco na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Cursou Politics and Economics of International Energy, pela Sciences Po, em 2016.
Na administração pública, ocupou o cargo de diretor Administrativo e presidente da Fundação Zoobotânica (2006-2011). Em 2014, esteve na coordenação da CPI da Energia Elétrica na Assembleia Legislativa. De janeiro de 2015 a dezembro de 2016, foi secretário adjunto da Secretaria de Minas e Energia, sendo secretário de 2017 a abril de 2018. Comandou a Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura de janeiro de 2019 até agora, quando deixará a pasta para a Casa Civil.